Terapia que ensina o corpo a produzir insulina pode aposentar seringas no tratamento do diabetes

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Um grupo de cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, surpreendeu ao apresentar uma terapia celular inovadora para o diabetes tipo 1. O avanço pode transformar o tratamento da doença, eliminando a necessidade de aplicar insulina diariamente.

Publicado no New England Journal of Medicine, o estudo traz nova perspectiva a mais de oito milhões de pessoas com diabetes tipo 1 em todo o mundo, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes — um passo em direção à chamada cura funcional.

Como funciona o tratamento?
Em vez de depender de insulina sintética em cada refeição, a terapia conhecida como zimislecel é aplicada uma única vez. Ela consiste em “transplante microscópico”: uma infusão de células pancreáticas feitas em laboratório (cópias artificiais das ilhotas de Langerhans).

Essas células-tronco usadas no processo não são apenas “parecidas” com as ilhotas do corpo; conforme a pesquisa, são indistinguíveis delas. Após serem implantadas, detectam a glicose, produzem insulina e atuam nos hormônios como as originais.

Como o organismo passa a produzir sua própria insulina, o diabetes deixa de ser uma condição permanente. Após um ano, 10 dos 12 participantes do teste não necessitavam mais de aplicação externa do hormônio.

Pesadelo diário para milhões, o diabetes tipo 1 é uma doença autoimune: o sistema de defesa destrói as células que fabricam insulina. Sem esse hormônio, o excesso de açúcar no sangue provoca complicações e leva as células a “morrer de fome”.

Desde 1922, a insulina extraída de cães, porcos e bovinos já é usada no tratamento humano. Atualmente, monitores contínuos de glicemia e bombas de insulina ajudam no controle, mas não evitam por completo os picos de glicose.

Insulina sob demanda: é possível dispensar as aplicações diárias?
A insulina injetável não se ajusta automaticamente ao que o corpo precisa. Os picos de glicose (hiperglicemia) podem danificar rins, nervos e visão. Já a hipoglicemia pode causar desmaios e até risco de morte.

Em 2023, o FDA aprovou uma terapia que usa células pancreáticas de doadores falecidos. Mas, por exigir múltiplas infusões, essa alternativa tem limitações.

Foi então que a empresa americana Vertex desenvolveu uma técnica para cultivar ilhotas pancreáticas em laboratório, a partir de células-tronco humanas. Essas células produtoras de insulina são introduzidas no fígado.

No atual ensaio clínico com 14 voluntários, centenas de milhões de células foram injetadas nas veias. O resultado foi imediato: as células passaram a regular a glicemia produzindo insulina natural.

Fonte https://www.terra.com.br/

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