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Queda de preços de combustíveis no mercado internacional não chegará ao consumidor

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Cenário com reduções no preço do petróleo e baixa do dólar ajuda a Petrobras, mas não deve impactar o bolso, dizem especialistas

Há 45 dias a Petrobras anunciou o último aumento de 7% nos preços da gasolina. Com a queda de 3% do dólar só em agosto e as seguidas baixas no preço do petróleo no mercado internacional nos últimos dias, a estatal conseguiu agora uma folga importante nos custos. No entanto, isso não deve representar uma redução dos preços dos combustíveis para os consumidores, segundo Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

De acordo com Sérgio Araújo, presidente executivo da Abicom, o cenário global melhorou, com redução das tensões no Oriente Médio e a valorização do real frente ao dólar. “São notícias boas e a consequência disso é uma melhora da situação para a Petrobras, que não mexeu no seu preço e viu seu custo da importação melhorar”, explica.

Apesar disso, ele não acredita que a estatal irá reduzir os preços finais, porque ainda há volatilidade demais no mercado internacional, provocada pela insegurança em relação à possível reversão nos conflitos ou não. “Não é o momento para reduzir preços, porque se houver algum aumento no mercado internacional ela terá de aumentar de novo”, acrescenta Araújo.

Paridade internacional

Dessa forma, a Petrobras está vendendo gasolina acima do preço de paridade internacional, o que representa um ganho importante. Segundo o professor de Finanças da FGV, Rafael Schiozer, mesmo com as quedas seguidas do dólar nas últimas semanas não há reduções a vista. “Diferente dos tempos de Pedro Parente, no comando da Petrobras, agora não se prevê ajustes diários nos preços. Mas nesse mercado é natural que se observe pequenas variações e, no médio prazo não haverá muito desvio na paridade internacional”, disse.

Alta do álcool

Outro fator que não deve deixar os preços dos combustíveis caírem é o final da safra de cana-de-açúcar, que deve elevar a cotação do álcool, segundo Araújo. “Esse aumento também pesa na gasolina, uma vez que o combustível tem mais de 20% de álcool na composição”, disse. O diesel também deve se manter em alta, segundo ele, uma vez que os preços do biodiesel subiram 20% e continuam em alta.

O relatório da Abicom, de 22 de agosto, mostra que o preço de paridade de importação (ppi) – calculado usando como referência os valores para gasolina, óleo diesel, câmbio, RVO e frete marítimo nas cotações, com a estabilidade no câmbio e nos preços de referência do óleo diesel e da gasolina no mercado internacional – estão abaixo da paridade para o óleo diesel e na paridade para gasolina. Defasagem média de -1% no Óleo Diesel e de 5% para a Gasolina. Diesel A S10 (média nacional): -2%, ou -R$ 0,06 (ontem: -2% ou -R$ 0,08).

Fonte infomoney

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