logo-soberano

Petrobras (PETR4) manterá ‘proeza’ de pagar dividendos robustos mesmo com nova estratégia da empresa, diz banco

00000001-1

Em relatório divulgado na segunda-feira (17), analistas do Santander Brasil (SANB11) pontuaram que as mudanças na estratégia da Petrobras (PETR4) provavelmente terão um impacto financeiro limitado, mas acredita que a estatal manterá sua ‘proeza’ de pagar dividendos robustos.

No texto, os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz destacaram ainda que o capex [Capital Expenditure ou Investimentos em Bens de Capitais] do plano 2024-2028 pode ser semelhante ao do plano 2023-2027, em torno de US$ 78 bilhões, “dado que a empresa não tem tempo para alterar seus planos de investimento tão rapidamente”.

Além disso, os novos ajustes no plano de negócios da Petrobras poderão ser divulgados em agosto, antes do novo plano estratégico que deve ser divulgado no quarto trimestre de 2023, informou o diretor-presidente da empresa, Jean Paul Prates, à agência Reuters.

Ainda de acordo com o Santander, citando reportagem do Broadcast, a estatal poderia manter o pagamento trimestral de dividendos com uma política que implica em um dividend yield (DY) de dois dígitos e apresenta uma mudança gradual em relação à política atual.

Em relação ao capex da Petrobras, o banco incorporou um valor em linha com o plano atual, ou seja, de US$ 18 bilhões para 2024/2025, totalizando US$ 78 bilhões para 2023-2027.

Já sobre dividendos da Petrobras, os analistas acreditam que devem ficar em torno de 40% do fluxo de caixa livre para o segundo trimestre em diante, “mas não ficaríamos surpresos se a política atual (60% do fluxo de caixa livre) se aplicasse a outro trimestre, o que implicaria um dividend yield de 17% para 2023E (vs. nosso caso-base de 13%)”, disseram.

“Continuamos confortáveis com nossas estimativas de caso-base para a Petrobras, que incorpora as variáveis acima mencionadas e leva a um rendimento de fluxo de caixa livre de 26% e 20% para 2023 e 2024, respectivamente, e um DY de 13% e 9% em 2023 e 2024”, acrescentaram.

O Santander tem recomendação “outperform” para as ações da Petrobras, o equivalente a “compra”, com preço-alvo a US$ 19,00 para as ADRs.

Petrobras: não há prazo para licença na Foz do Amazonas, diz site

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse que o Brasil deveria ter realizado estudos mais robustos antes de conceder à Petrobras os direitos de exploração de uma região ecologicamente sensível em alto-mar, que é parte fundamental do plano de negócios da estatal.

Em entrevista à Bloomberg News, Agostinho informou que a autoridade ambiental já bloqueou a perfuração de um poço da estatal na bacia da Foz do Amazonas, na área conhecida como Margem Equatorial Brasileira, e não tem pressa em decidir sobre um recurso apresentado pela Petrobras.

Ainda de acordo com o presidente do Ibama, o Ministério de Minas e Energia (MME) pode ter de publicar estudos de impacto mais detalhados para a Margem Equatorial antes que as empresas petrolíferas possam perfurar. Para Agostinho, foi um ‘equívoco’ conceder blocos em novas fronteiras exploratórias sem essas avaliações.

“O que está em discussão é toda a exploração de petróleo em uma região pouco conhecida. Não é um único poço. É isso que estamos gritando em voz alta”, disse Agostinho em entrevista.

Petrobras cogita retomar exploração na África

No fim de junho, a Petrobras informou que planeja voltar para a África, sobretudo se o licenciamento ambiental para explorar a Margem Equatorial for novamente negado.

De momento, há uma aposta firme na exploração de reservas ricas em gás descobertas em blocos da companhia na Colômbia. A Petrobras também não descarta ir à Guiana e ao Suriname para explorar a Margem fora do país com sócias.

A intensidade dessa ida ao exterior vai depender da evolução da licença para explorar a bacia da Foz do Amazonas, hoje travada pelo Ibama. O movimento da Petrobras tem por objetivo aumentar as reservas da empresa, e assim garantir a continuidade da produção em bom nível na próxima década.

Em entrevista ao Estadão, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes, disse que a produção dos reservatórios gigantes do pré-sal vai declinar a partir do pico da produção, em 2032.

Segundo Mendes, se novas reservas não forem descobertas o Brasil começará a importar petróleo a partir de 2040, o que considera retrocesso num contexto de preocupação global com segurança energética, sobretudo para um País que atingiu a autossuficiência no setor.

Novo Plano Estratégico da Petrobras conterá a internacionalização

O novo Plano Estratégico da companhia para o período 2024-2028, a ser divulgado em novembro, já terá novamente a internacionalização presente, ainda que de maneira apenas indicativa. Será o pontapé inicial para recompor uma área que foi abandonada pela gestão anterior. Em janeiro de 2020, com a venda de ativos na Nigéria, a Petrobras saiu do continente africano, conhecido por ter geologia similar à da costa brasileira.

“A gente vai colocar de uma forma macro (no plano estratégico) a internacionalização. Há descobertas no mundo importantes, como na Nigéria, Angola, Namíbia. A Petrobras saiu, mas pode voltar. Sim, a gente quer voltar”, afirma Mendes.

A presença da Petrobras na África começou ainda nos anos 1970, nos governos militares. Depois, somente nos anos 2000, sob os governos Lula e Dilma Rousseff, é que a área de E&P da estatal entrou mais decididamente na África.

Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, partindo de Angola e Nigéria, a Petrobras chegou gradativamente a outros oito países, lista que inclui Líbia, Moçambique, Senegal e Namí.

Com informações de Estadão Conteúdo

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram