Experimentos com relógios atômicos mostraram que o tempo não é absoluto e que Einstein estava certo.
O conceito de tempo não é tão imutável quanto se imagina. Desde que Albert Einstein introduziu sua teoria da relatividade, cientistas têm se dedicado a provar que o tempo pode flutuar dependendo das condições gravitacionais. A ocorrência dessa variação do tempo é conhecida como dilatação gravitacional do tempo. Embora talvez associada a fenômenos astronômicos como buracos negros, essa dilatação ocorre também na superfície terrestre, demonstrando que o tempo é menos constante do que se pensava.
Em 2022, pesquisadores da Joint Institute for Laboratory Astrophysics (JILA), uma parceria entre o National Institute of Standards and Technology e a Universidade do Colorado, realizaram um experimento que ilustrou a dilatação do tempo em escalas menores. Eles posicionaram dois relógios atômicos apenas um milímetro de distância verticalmente um do outro e notaram que o relógio mais próximo ao centro gravitacional da Terra marcava o tempo de maneira ligeiramente mais lenta. Essa descoberta reforça a ideia de que o campo gravitacional influencia o tempo em qualquer escala, mesmo quando se trata de distâncias diminutas.
Como a dilatação do tempo foi primeiramente confirmada por meio de experimentos?
A prova experimental da dilatação do tempo remonta a décadas passadas. Em 1959, o experimento Pound–Rebka, realizado na Torre Jefferson de Harvard, confirmou a previsão de Einstein. Os cientistas projetaram raios gama verticalmente, e a energia perdida durante a subida foi precisamente prevista pelas equações de Einstein, evidenciando o redshift gravitacional.
Algum tempo depois, em 1976, a missão Gravity Probe A foi lançada, levando um relógio atômico de hidrogênio a 10.000 quilômetros acima da Terra. Esse experimento demonstrou que o relógio em altitude mais elevada marcava o tempo mais rapidamente que seu par na superfície, confirmando a teoria de Einstein com alta precisão para a época.

Quais são os efeitos da dilatação do tempo no nosso cotidiano?
A constatação de que o tempo se dilata não é apenas uma curiosidade científica, mas possui efeitos práticos observados em nosso dia a dia. Por exemplo:
- O experimento de Hafele e Keating (1971) mostrou diferenças entre relógios transportados em aviões em diferentes trajetos ao redor do planeta, provando que a dilatação do tempo afeta o transporte aéreo.
- Satélites de comunicação e sistemas avançados de computação precisam ajustar seus relógios para garantir precisão devido à influência relativística.
Essas observações demonstram que fenômenos relativísticos, antes restritos ao campo da física teórica, já têm impacto prático em nossa rotina e no funcionamento de sistemas modernos.
Como a dilatação do tempo é realmente medida e de que forma ela afeta tecnologias modernas?
A compreensão sobre a dilatação do tempo é fundamental para a precisão de tecnologias essenciais ao nosso cotidiano, como os sistemas de GPS. Na prática:
- Relógios atômicos dos satélites GPS marcam o tempo de forma ligeiramente diferente em relação aos relógios na superfície, devido à menor gravidade e maior velocidade orbital.
- Essas diferenças precisam ser corrigidas para que a localização seja precisa, possibilitando desde a navegação até o funcionamento de redes bancárias.
Pesquisadores continuam a aprimorar a precisão dos relógios atômicos e a explorar possíveis ligações entre a física quântica e a gravidade, abrindo caminhos para inovações futuras que podem até mesmo permitir manipular o tempo de maneira controlada.
Por que estudar a dilatação gravitacional do tempo é importante para o entendimento do universo?
O estudo da dilatação gravitacional do tempo é uma prova clara de como as ideias evoluem com o progresso científico, ampliando nosso entendimento sobre as interações do universo. A investigação dessas variações temporais revela aspectos fundamentais das leis naturais e ajuda a aprimorar teorias que descrevem a estrutura do espaço-tempo.
Ao continuar esse tipo de pesquisa, cientistas abrem novas possibilidades não só para teorias da física, mas também para aplicações práticas, desde tecnologias avançadas até potenciais métodos para experimentar o próprio fluxo do tempo em escalas inéditas.
Fonte https://oantagonista.com.br/