O neurocirurgião vascular Victor Hugo Espíndola Ala explica como esse hábito tende a favorecer o cenário de surgimento de um AVC
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), o número total de mortes por acidente vascular cerebral (AVC) foi de 85.427 casos no ano passado. Conforme levantamento feito pelo grupo Global Burden of Diseases (GBD), a doença decorrente da interrupção do fluxo sanguíneo para uma área do cérebro é a segunda causa de óbitos em todo o mundo.
Em entrevista à coluna Claudia Meireles, o neurocirurgião vascular Victor Hugo Espíndola Ala destaca que fumar tende a aumentar o risco de acidente vascular cerebral. “Quando falo em prevenção de AVC, sempre reforço que o tabagismo é, de longe, o pior hábito de vida que alguém pode manter”, ressalta o especialista.
Expert em aneurisma cerebral, AVC e doenças vasculares no cérebro, o médico explica que o cigarro gera uma inflamação contínua dentro dos vasos sanguíneos. “Danifica o revestimento interno das artérias e faz o sangue ficar mais espesso e propenso a formar coágulos. Isso cria exatamente o cenário que desencadeia o AVC isquêmico”, esclarece
Segundo Victor Hugo, as toxinas do cigarro aceleram o endurecimento das artérias, processo que deveria acontecer ao longo do tempo, mas “aparece cedo” nos fumantes. “É por isso que até quem fuma pouco já carrega um risco aumentado: o dano vascular não depende apenas da quantidade, e sim da repetição da agressão”, menciona.
O neurocirurgião vascular deixa um aviso: “A boa notícia é que parar de fumar começa a melhorar os vasos sanguíneos quase imediatamente“. O especialista em AVC e aneurisma cerebral prossegue: “Quanto mais cedo a pessoa abandona o cigarro, maior a capacidade do corpo se recuperar.”

Fonte https://www.metropoles.com/