“Canja de galinha não faz mal”
Escrito por Cláudio da Costa Oliveira – 16 de abril 2023
Em 2004, em sua primeira viagem oficial à China, Lula acerou em cheio. Naquela época o relacionamento entre os dois países era mínimo.
Em 2009, apenas 5 anos depois, a China assumia o posto de maior parceiro comercial do Brasil.
Em 2004 a corrente de comercio (exportação + importação) entre Brasil e China foi de US$ 9,1 bilhões. Em 2020 superou US$ 100 bilhões. Isto sem falar nos investimentos chineses no Brasil que também superam os US$ 100 bilhões.
Este sucesso comercial foi alcançado independentemente de nossas diferenças, históricas, culturais , políticas e religiosas etc.
Nesta recente visita oficial (abril 2023) o presidente Lula deu ênfase a aspectos que , a nosso ver, sequer deveriam ter sido tocados.
- Moeda própria
Lula questionou, em discurso no banco dos BRICS, o uso do dólar como moeda única e defendeu a criação de uma moeda própria para transações dentro do bloco “Toda noite me pergunto por que todos os países estão obrigados a fazer seu comercio lastreado no dólar”
O ministro Haddad tentou passar “panos quentes” informando que esta prática já foi tentada sem sucesso, mas que os estudos continuam.
Mas o que fica é a palavra do presidente brasileiro que, desnecessária e explicitamente, agride interesses dos EUA
- Visita a Huawei
Lula fez questão de visitar a Huawei, empresa que há algum tempo vem causando ira nos americanos.
Conhecemos o episódio da implantação do 5G no Brasil com forte oposição do Tio Sam .
Mas a maior preocupação dos americanos é com a grande evolução tecnológica da empresa chinesa que consta já dispor de tecnologia quântica, utilizando satélites, capaz de romper qualquer sistema de informação no mundo.
Recentemente circulou a informação de vazamento de informações sigilosas do Pentagno. Até hoje não se conhece a origem do “vazamento”
Esta visita seria indispensável ?
- Guerra UcraniaxRussia
Nesta viagem Lula, como já vinha fazendo, opinou também sobre a guerra RussiaxUcrânia, um conflito que afeta todo o mundo mas que está muito distante do Brasil.
Lula se julga no direito de dar “lição de moral” nos dirigentes mundiais quando afirma “A páz está muito difícil. O presidente da Russia não toma iniciativa de paz, o presidente da Ucrânia não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra”
Menos Lula, menos
Concluindo
São posições que agridem a opinião e os interesses do nosso hoje, segundo parceiro comercial, os EUA. Antes da China, os americanos foram por décadas os principais parceiros comerciais do Brasil.
Por outro lado nós conhecemos a índole do povo americano e a “gana” de seus dirigentes. Algum contra ataque poderemos receber. Vamos aguardar.
O fato é que prudência, paciência, frieza e caldo de galinha não fazem mal
Cláudio da Costa Oliveira
Economista da Petrobrás aposentado