Conheça o australiano que uniu economia e sustentabilidade ao criar seu próprio combustível
Na garagem de um idoso australiano, uma caminhonete azul é abastecida com poucos dólares, e as contas de luz da residência são quase nulas. Enquanto o mundo busca soluções energéticas rentáveis, esse senhor tem a sua própria, muito antes das discussões atuais sobre sustentabilidade e economia.
Na contramão de seus vizinhos, o fazendeiro Ian McLeod, de 95 anos, fez uma escolha ousada: optou por um veículo com motor que aceita combustível de pior qualidade. Ele visava não a conveniência, mas a eficiência e a economia a longo prazo, com uma visão singular.
Junto de sua picape, o senhor coleciona motores e invenções mecânicas. Seu objetivo? Purificar o óleo vegetal usado que ele coleta de restaurantes da vizinhança. Essa engenhoca, feita com um antigo separador elétrico, inclui uma centrífuga que purifica cerca de 15 litros de óleo por hora.
Uma mente criativa desde cedo
Para seus amigos próximos, familiares e sua esposa Shirley, de 92 anos, a mente engenhosa de Ian McLeod não é nenhuma novidade. “Até os últimos quatro ou cinco anos, as pessoas praticamente ignoravam Ian, mas agora elas perceberam que vale a pena conhecê-lo”, disse a enfermeira aposentada em entrevista à ABC News, destacando a tardia, mas justa, valorização.
Ainda criança, o inventor conheceu uma máquina a vapor em um debulhador, apresentada por seu pai. Aos 8 anos, ele criou sua primeira invenção a vapor, utilizando uma turbina que ele mesmo fez com uma lata que sua mãe havia descartado, revelando seu talento precoce.
“Era apenas uma coisinha mecânica, mas aprendi que podia fazer coisas”, disse Ian. Essa paixão pela mecânica também o ajudou a superar os ataques de bullying que ele sofria na época escolar, mostrando como a inventividade pode ser um refúgio.
Quem persiste, alcança o sucesso
A família McLeod chegou às planícies de solo preto, um tipo de terra muito raro, perfeito para a agricultura, com poucos recursos financeiros, mas com uma abundância de perseverança. A vida de Ian foi marcada por determinação, imaginação e resiliência diante dos desafios.
“Tivemos um começo bem difícil na fazenda da família quando a Grande Depressão acabou com meu pai e seu irmão”, lembrou Ian, sublinhando as adversidades enfrentadas logo no início de sua jornada, que forjaram seu espírito de luta.
Colhendo os frutos de um caminho árduo
Durante toda sua vida, o australiano sempre comprou maquinário velho ou quebrado e o consertou, adaptando-o às suas necessidades específicas. Com essa prática, ele conseguiu economizar muitos recursos, transformando problemas em soluções criativas e eficazes.
Essa perseverança sempre foi essencial em uma região que, antes, era uma planície alagada, mas que agora enfrenta secas severas que podem durar até dois anos. A capacidade de se adaptar e inovar foi fundamental para a sua sobrevivência e sucesso na agricultura.