Registros históricos do inicio dos anos 1900 apontavam para possibilidade da existência do “ouro negro” na região.
A exploração de petróleo no Brasil ganhou destaque nas últimas semanas, com o projeto da Petrobras de explorar a região da foz do rio Amazonas, na costa do Amapá, no Norte do país. Mas, você sabia que já tentaram encontrar petróleo na região de Palmas, no Sul do Paraná? Então, senta que lá vem história.
Sobre o projeto de exploração no Norte do Brasil, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) negou a liberação de licenciamento ambiental para que a empresa realize a perfuração do primeiro poço para avaliação do potencial comercial do bloco.
O instituto divulgou um documento técnico, apontando que o plano da Petrobras para a área não apresenta garantias para atendimentos à fauna em possíveis acidentes com o derramamento de óleo. A petrolífera apresentou um pedido de reconsideração para o Ibama.
Bom, e onde entra a região de Palmas nesta história? Há alguns anos, eu estava em um estabelecimento no município de Abelardo Luz e sobre o balcão havia um jornal. Ao folheá-lo, encontrei uma coluna onde era relembrado um projeto de prospecção de petróleo ocorrido na década de 1980, na região do Rincão Torcido, entre Palmas e o município abelardense. Desde então, guardei aquela informação, mas sem me aprofundar muito no assunto.
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Recentemente, em pesquisas em arquivos da Secretaria de Estado da Cultura, encontrei documentos relacionados a estudos e pedidos de autorização para a exploração de petróleo na região de Palmas. Motivado também pela coordenação da Rádio Club, decidi procurar mais detalhes sobre as tentativas de encontrar o “ouro negro” por essas bandas.
Um dos primeiros registros que consegui localizar foi o estudo do geólogo do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, Euzébio Paulo de Oliveira, “sobre a ocorrência de rochas petrolíferas na Serra Morena, município de Palmas, Estado do Paraná”, publicado no Boletim do Instituto Histórico e Geográfico Paranaense, em 1917.
De acordo com o artigo, em junho de 1916, o senhor Octavio Pimpão, residente no município de Palmas, levou até os pesquisadores, amostras de rochas de uma serra, situada na margem esquerda do Rio Jangada. Um levantamento inicial realizado pelos especialistas, apontou a existência de de um “óleo pesado escuro enchendo fendas e cavidades de uma das rochas que, embora muito decomposta, mostrou ser uma eruptiva, pardo avermelhada, com geodos cheios de calcita e zeólitos”.
Com base nessas informações, um grupo de pesquisadores se deslocou até o ponto indicado de ocorrências das rochas, onde foram coletadas novas amostras, muitas delas “pronunciando cheiro de petróleo e muitas delas com cavidades, de pequeno volume, de onde saia óleo pesado escuro”, conforme relato do geólogo em seu artigo.
Animado com a descoberta, Oliveira destacou que os “indícios de petróleo na Serra Morena, são indubitavelmente os mais importantes conhecidos no Sul do Brasil”, aconselhando a realização de novas prospecções na região.
No ano de 1933, o juiz de direito da Comarca de Palmas recebeu um pedido assinado por Frederico Ernesto Virmond, morador de Guarapuava, que informava ter recebido de um balseiro do Rio Iguaçu, uma caixa contendo material betuminoso “que exalava um cheiro entre gasolina e querosene”. O local onde o material teria sido coletado pertence hoje ao município de Chopinzinho.
No documento, ele relatou ter feito a perfuração de um poço, atingindo três metros de profundidade, sendo encontrados óleo e um material betuminoso escuro. O pedido feito ao Judiciário local era para que se garantisse o seu direito de exploração da possível mina de petróleo.
Outro registro relacionado à exploração de petróleo na região, data de 1939, em Caçador, no Meio-Oeste de Santa Catarina. Inclusive há registros fotográficos, compartilhados em redes sociais.
Ainda em Caçador, no ano de 1941, a presidência da República publicou decreto, autorizando “Alberto Hofmann a lavrar, jazidas de petróleo e gases naturais, porventura existentes em uma área de 2.107 hectares, situada na região da Serra da Taquara Verde”. Uma série de exigências deveriam ser cumpridas pelo interessado na exploração. Há alguns registros fotográficos atribuídos à essa exploração, mas não há confirmações oficiais a respeito. Existem ainda relatos de que no ano de 1953, a Petrobras conduziu prospecções na região de Caçador, mas não teria encontrado material em quantidade viável para comercialização.
O caso mais recente de busca por petróleo ou gás na região, ocorreu em 1981. A iniciativa partiu da Paulipetro, um consórcio criado pelo governador do Estado de São Paulo, Paulo Maluf, no fim da década de 1970, que tinha como objetivo a prospecção e extração de jazidas de petróleo e gás na bacia do rio Paraná.
Em 1979, com o fim do “milagre econômico brasileiro”, a paralisação da produção de petróleo no Irã e o aumento dos preços dos barris, Maluf criou o consórcio entre Cesp (Companhia Energética de São Paulo) e IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). A empresa paulista assinou um contrato de risco com a Petrobras, que deveria explorar o fundo do poço em caso de descoberta de uma jazida rentável pela Paulipetro.
A ideia inicial era a exploração na região noroeste do Estado de São Paulo, mas a empreitada se expandiu para outros estados, como o Paraná, com prospecções em Chopinzinho, segundo relato de moradores da região, e também em Pitanga, na região central do Estado, além de Santa Catarina, onde foram conduzidas perfurações no ano de 1981 no município de Abelardo Luz.
O jornal Correio do Povo, de Jaraguá do Sul, em sua edição de 31 de janeiro de 1981, anunciava que o Estado Catarinense poderia ter petróleo ainda naquele ano, porque a Paulipetro iria realizar perfurações em Abelardo Luz em março daquele ano.
Ainda em Caçador, no ano de 1941, a presidência da República publicou decreto, autorizando “Alberto Hofmann a lavrar, jazidas de petróleo e gases naturais, porventura existentes em uma área de 2.107 hectares, situada na região da Serra da Taquara Verde”. Uma série de exigências deveriam ser cumpridas pelo interessado na exploração. Há alguns registros fotográficos atribuídos à essa exploração, mas não há confirmações oficiais a respeito. Existem ainda relatos de que no ano de 1953, a Petrobras conduziu prospecções na região de Caçador, mas não teria encontrado material em quantidade viável para comercialização.
O caso mais recente de busca por petróleo ou gás na região, ocorreu em 1981. A iniciativa partiu da Paulipetro, um consórcio criado pelo governador do Estado de São Paulo, Paulo Maluf, no fim da década de 1970, que tinha como objetivo a prospecção e extração de jazidas de petróleo e gás na bacia do rio Paraná.
Em 1979, com o fim do “milagre econômico brasileiro”, a paralisação da produção de petróleo no Irã e o aumento dos preços dos barris, Maluf criou o consórcio entre Cesp (Companhia Energética de São Paulo) e IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). A empresa paulista assinou um contrato de risco com a Petrobras, que deveria explorar o fundo do poço em caso de descoberta de uma jazida rentável pela Paulipetro.
A ideia inicial era a exploração na região noroeste do Estado de São Paulo, mas a empreitada se expandiu para outros estados, como o Paraná, com prospecções em Chopinzinho, segundo relato de moradores da região, e também em Pitanga, na região central do Estado, além de Santa Catarina, onde foram conduzidas perfurações no ano de 1981 no município de Abelardo Luz.
O jornal Correio do Povo, de Jaraguá do Sul, em sua edição de 31 de janeiro de 1981, anunciava que o Estado Catarinense poderia ter petróleo ainda naquele ano, porque a Paulipetro iria realizar perfurações em Abelardo Luz em março daquele ano.
No entanto, o jornal Diário do Paraná, na edição de 28 de agosto de 1981, informava que as prospecções realizadas pela Paulipetro em Abelardo Luz resultaram na localização de gás metano, não petróleo.
A empreitada malufista de tentar encontrar petróleo terminou em 1983, quando o então governador de São Paulo, Franco Montoro, encerrou o consórcio Paulipetro. Segundo o governo da época, as atividades de prospecção custaram US$ 400 milhões, sem qualquer retorno à população do Estado de São Paulo. “O governo de São Paulo põe um ponto final na aventura da Paulipetro, que custou à população uma importância equivalente a 500 bilhões de cruzeiros, sem que houvesse descoberto um litro de petróleo ou um litro de gás”, disse Montoro à época.
A “aventura” também teve seu desenrolar na Justiça, em um caso que tramita há mais de 40 anos. Uma ação popular foi ajuizada em 1980, contra Maluf, Petrobras, Cesp e outros, buscando a restituição de valores gastos na pesquisa e lavra de petróleo, bem como a nulidade de contratos de risco firmados.
Fonte RBJ