A UFPR abre as portas para o futuro energético do Brasil com a produção de hidrogênio verde Por Cláudio da Costa
A humanidade precisa de uma nova energia — e talvez o futuro já tenha começado no Paraná. Na próxima sexta-feira, 17 de outubro, o Centro Tecnológico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) inaugura a primeira planta piloto do país para produção de hidrogênio renovável de alta pureza, utilizando biogás gerado pelo restaurante universitário.
Pode parecer apenas um projeto acadêmico, mas o significado é muito maior. Trata-se de um marco simbólico e científico: o Brasil, país que aprendeu a dominar o petróleo em águas profundas, agora dá passos firmes em direção à energia do futuro — o hidrogênio verde.
Essa iniciativa da UFPR comprova que a inovação verdadeira nasce da criatividade e da necessidade, e não apenas de grandes orçamentos. É um exemplo de pesquisa aplicada, feita com inteligência, compromisso ambiental e foco na realidade brasileira.
O hidrogênio renovável é obtido a partir de fontes limpas como biogás, etanol ou eletrólise da água com energia renovável. Diferente do hidrogênio “cinza”, produzido com gás natural e emissor de CO2, o hidrogênio renovável não polui e ainda pode contribuir para reduzir gases de efeito estufa.
No caso da UFPR, há um diferencial notável: o biogás é produzido por rota seca, sem uso de água, o que permite emissão negativa de CO2. Ou seja, o processo retira mais carbono da atmosfera do que emite, alcançando um dos maiores objetivos da ciência energética moderna.
E há outro simbolismo poderoso: o combustível do futuro nasce dos resíduos orgânicos do restaurante da própria universidade. Um ciclo completo de sustentabilidade — da mesa ao laboratório, do lixo à energia limpa.
Enquanto o mundo se divide em conflitos por petróleo e gás, a humanidade precisa, mais do que nunca, encontrar uma nova fonte de energia — abundante, constante, limpa e mais barata que a fóssil. Sem isso, não haverá paz duradoura, nem equilíbrio entre as nações.
O Soberano Brasil parabeniza a UFPR e todos os pesquisadores envolvidos neste projeto pioneiro. Eles representam o melhor da universidade pública brasileira: inteligência, compromisso social e visão de futuro. O Brasil tem tudo para ser líder mundial em energia limpa e sustentável, se souber valorizar seu potencial científico e natural. E talvez o início dessa nova era já esteja nascendo no coração do Paraná.
Cláudio da Costa Oliveira é economista aposentado
Fonte https://monitormercantil.com.br/
