Usado em veículos esportivos, bombardeios e até ônibus, derivado do álcool é corrosivo e perigoso
O caso recente de falsificações de bebidas alcoólicas usando metanol, um tipo de álcool mais barato de ser produzido, trouxe de volta uma discussão sobre esse combustível. O etanol para abastecer veículos não é uma novidade bem como sua aplicação na indústria. Mais corrosivo, perigoso e tóxico, o metanol já foi cogitado como combustível nos anos 1970.
Mas o uso de metanol é bem mais antigo do que isso. Patenteado em 1924, seu uso remonta o ano de 1661 usado para tratar madeira. Consta que a Alemanha nazista utilizou o metanol sob o nome de M-Stoff para abastecer mísseis e bombardeios.
O metanol foi usado em veículos de alto desempenho nos anos 1960 e nos anos 1970 a Mobil desenvolveu um aditivo para a gasolina. Com a crise do petróleo o mundo buscava alternativas para os combustíveis e o metanol era um desses caminhos. A ideia era melhorar seu poder calorífico mas a alta corrosão em motores fez a ideia ser abandonada.
Antes do etanol hidratado, desenvolvido no Brasil no começo dos anos 1970, a ideia era substituir a gasolina com algum tipo de etanol combustível. Como é fácil de produzir, o metanol foi testado em veículos por diversos fabricantes mas nunca aplicado comercialmente.
Hoje o metanol é usado em alguns aditivos e a China usa esse combustível em veículos de alto desempenho e também transportes como ônibus e caminhões. A diretiva europeia de qualidade do combustível também permite que os produtores misturem até 3% de metanol à gasolina.
No Brasil, tanto o chumbo quanto o metanol não são usados na gasolina como aditivo. Legalmente no Brasil a gasolina pode receber até 0,5% de metanol. Por aqui o mais comum é usado como aditivo na gasolina o etanol anidro.
A agência Nacional do petróleo classifica o etanol como um derivado que traz “riscos à saúde humana e à segurança pública e privada, quando armazenado e transportado sem os cuidados necessários”. De acordo com as resoluções 807/2020 e 907/2022, a ANP classifica limites máximos de uso do metanol na gasolina. Seu uso acima dos 0,5% pode danificar os motores, acentuar o processo de corrosão e danos às peças internas.
Fonte https://noticias.r7.com/
