FUNCEF Descomplica: entenda a rentabilidade do Novo Plano CD e REB CD em 2024

040225_site_noticia_resultado_np_reb

Retorno foi afetado pela marcação a mercado dos títulos públicos  e renda variável

O cenário macroeconômico complexo e o desempenho abaixo do esperado nas classes de ativos do mercado brasileiro afetaram, em 2024, a rentabilidade do Novo Plano CD e do REB CD, planos em fase de acumulação.

O Novo Plano CD e o REB CD entregaram retornos prévios de 4,61% e 2,95%, levemente inferiores à inflação no período, apesar de uma parcela significativa dos investimentos (em torno de 70%) estar aplicada em renda fixa. 

Preparamos uma lista de perguntas e respostas para esclarecimentos das dúvidas mais comuns, detalhando o cenário e as estratégias para ajudar a entender o resultado de  2024. 

1. O que o resultado de 2024 significa no contexto do longo prazo da gestão de investimentos? 

Como todo fundo de pensão, o foco da Fundação é o investimento de longo prazo. Por conta disso, a análise de desempenho não pode ser restrita a um único ano.

Apesar do ano desafiador de 2024, num espaço de tempo mais amplo, que reflete melhor as oscilações naturais do mercado financeiro, o Novo Plano CD e o REB CD apresentam um histórico competitivo e bem alinhado aos objetivos de acumulação patrimonial. 

Em 2018, a Fundação segregou em dois grupos a gestão dos recursos dos participantes ativos e assistidos do Novo Plano e do REB, com gestão diferente de investimentos. Desde então, o Novo Plano CD e o REB CD, que reúnem apenas participantes na ativa, têm entregado resultados consistentes, mesmo em meio a cenários adversos vivenciados em 2020, 2021, 2022 e 2024. 

Ambos os planos superam com folga o CDI, índice de referência para investimentos em renda fixa, e a Bolsa de Valores, como mostra o gráfico a seguir.    

Rentabilidade acumulada

2. Tendo  70% da carteira dos planos  composta por renda fixa, como se explica o resultado de 2024?

A carteira de renda fixa, por seu tamanho, tem o maior peso no resultado do ano.  Um dos fatores que mais geram dúvidas entre os participantes é o impacto da marcação a mercado dos títulos públicos nos resultados. 

Diferentemente dos títulos marcados na curva, que são registrados pelo valor de compra e seguem uma trajetória previsível até o vencimento, os papéis marcados a mercado são ajustados diariamente de acordo com as condições de oferta e demanda. 

Os títulos públicos nas carteiras do Novo Plano e do REB, adquiridos entre 2021 e 2024 estão marcados a mercado por determinação da legislação vigente nesse período. 

Um dos efeitos disso é que o preço de face, que é o valor nominal quando da aquisição do título dos papéis, caia, quando as taxas de juros sobem. No longo prazo, o seu retorno converge para as taxas contratadas, que são superiores ao índice de referência. Em momentos de estresse no mercado financeiro, ou seja, de grandes oscilações, como foi 2024, os preços dos títulos podem sofrer variações negativas temporárias, refletindo perdas contábeis.

Essa dinâmica explica por que, mesmo com uma carteira robusta de renda fixa, os planos podem apresentar rentabilidades abaixo do esperado em determinados períodos. Mas as taxas contratadas permanecem elevadas, girando em torno de IPCA + 6,61% para títulos públicos, IPCA + 6,70% para títulos bancários e IPCA + 6,95% para títulos corporativos. Por isso, as perspectivas para os próximos anos são positivas.

3. Afinal, o que é marcação na Curva e Marcação a Mercado?

Um dos fatores que mais geram dúvidas entre os participantes é o impacto da marcação a mercado nos resultados. Diferente da marcação na curva, onde o título é registrado pelo valor de compra e segue uma trajetória previsível até o vencimento, a marcação a mercado ajusta diariamente o valor do ativo conforme as condições de oferta e demanda.

Assim, em momentos de estresse no mercado financeiro, os preços dos títulos podem sofrer oscilações negativas temporárias, refletindo perdas contábeis, mesmo que o rendimento final contratado permaneça inalterado se o título for mantido até o vencimento.

Clique aqui para uma explicação mais detalhada sobre marcação de títulos de renda fixa

Plano BD e REB BD superaram 11% em 2024

Para entender melhor o impacto da marcação na curva, podemos observar o desempenho do portfólio de assistidos, cujos títulos são mantidos até a data de vencimento. No caso do Novo Plano BD e do REB BD, a rentabilidade obtida supera os 11%, demonstrando que, independentemente das oscilações de mercado, o retorno dos títulos marcados na curva será igual à taxa contratada. 

Em dezembro de 2024, o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) aprovou a Resolução nº61 permitindo que determinados títulos públicos sejam marcados na curva por planos CD, o que deve reduzir a volatilidade dos resultados ao longo do tempo para a carteira dos participantes ativos.

4. Por que a Fundação comprou um volume tão alto de títulos de renda fixa em 2024, se existe a questão da marcação na curva?

A FUNCEF aproveitou uma janela de oportunidade em que as NTN-Bs (título públicos de longo prazo atrelados à inflação) alcançaram taxas de retorno muito superiores ao objetivo de retorno do plano. Como explicado na pergunta anterior, apesar do estresse momentâneo, no longo prazo, o retorno destes títulos converge para as taxas contratadas.

5. Por que manter uma fatia de renda variável em um momento de tanta oscilação?

Pelo grande potencial de retorno, a renda variável é fundamental em uma estratégia de acumulação de longo prazo. Como as carteiras do Novo Plano CD e do REB CD são formadas por empresas saudáveis, com bons fundamentos e resilientes na geração de caixa, a Fundação está posicionada para a recuperação da Bolsa. 

6.  O que fez de 2024 um ano tão desafiador?

Outro ponto essencial para compreender o desempenho dos investimentos em 2024 é o conceito de risco sistemático. Como 95% dos ativos do Novo Plano CD e do REB estão inseridos no mercado financeiro brasileiro, quando os principais índices oscilam negativamente, é natural que os resultados dos planos da Fundação e de outros fundos de pensão sejam afetados. Não é possível se descolar da variação nos preços dos ativos locais. 

Em 2024, o ambiente econômico global e interno foi marcado por muita incerteza. Esse efeito sistêmico impede que carteiras de investimentos, mesmo diversificadas, tenham um desempenho expressivamente positivo em um ano de baixa generalizada. Ainda assim, o Novo Plano CD, por exemplo, apresentou um desempenho superior aos principais índices, como demonstrado nos dados a seguir.

A estratégia do Novo Plano CD e do REB CD tem como objetivo valorizar o patrimônio dos participantes, mantendo uma abordagem disciplinada mesmo em períodos de volatilidade. 

Como demonstrado, os planos seguem bem-posicionados para entregar resultados sólidos no longo prazo, superando a maior parte dos fundos comparáveis e dos benchmarks de mercado. Seguimos comprometidos com uma gestão responsável, adaptável às mudanças e sempre focada no longo prazo. 

7.    Como as expectativas do mercado financeiro afetam o resultado dos planos da FUNCEF?

O mercado financeiro é guiado por expectativas e, normalmente, quando há uma forte quebra dessas expectativas, os preços dos ativos são revistos (reprecificados). No início de 2024, o mercado projetava uma inflação anual medida pelo IPCA de 3,90%, mas o resultado foi 4,83%. Já a taxa básica de juros (Selic) era esperada em 9,50%, mas terminou o ano em 12,25%. 

Essas mudanças não previstas afetam os ativos de forma adversa,  como ocorreu em 2024 , quando a economia apresentou um desempenho abaixo  do  esperado e teve impacto nos planos da Fundação. Por outro lado, em 2023, a expectativa era de um IPCA de 5,31% (resultado de 4,62%) e uma Selic de 13,75% (resultado de 11,75%), o que refletiu em um ano positivo, em que todos os planos da FUNCEF bateram as metas e o resultado registrado foi o melhor em quatro anos. 

Muitas vezes, a dificuldade de interpretar os resultados de curto prazo está associada ao viés da retrospectiva, que leva as pessoas a acreditarem que os movimentos do mercado eram previsíveis após terem ocorrido. Por isso, uma gestão eficiente precisa estar ancorada em fundamentos sólidos, evitando reações impulsivas movidas por eventos momentâneos.

Essas oscilações são naturais em economias emergentes, como o Brasil, e reforçam a importância de uma visão de longo prazo. Ao analisar os resultados a longo prazo alcançados pela FUNCEF se confirma a premissa.

Fonte https://www.funcef.com.br/

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram