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Fim do PPI não reduzirá preços nas bombas

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“É preciso reestatizar a distribuição”

Escrito por Cláudio da Costa Oliveira 11 de maio 2023 

Para se desenvolver o Brasil precisa de energia barata para aumentar a competitividade de sua economia. Todo tipo de energia, não apenas combustíveis. Todos deveríamos estar trabalhando com este objetivo, mas o que vemos acontecer é,   infelizmente, exatamente o inverso.

Sendo riquíssimo em recursos naturais não existe qualquer dificuldade para obtenção de energias baratas neste país. Entretanto, atendendo a fortes interesses internacionais, as dificuldades vão sendo criadas. A privatização da Eletrobrás e o desmonte de Petrobrás vieram para atuar neste sentido. Muitos lucram com tudo isto, menos os brasileiros.

Um bom exemplo foi a institucionalização na Petrobrás em outubro de 2016 do Preço de Paridade de Importação – PPI. É importante lembrar que em 2016 foi a institucionalização de uma prática de preços elevados que já vinha sendo praticada no governo Dilma (2015/2016)

O PPI é um absurdo que tem como objetivo fazer com que os combustíveis no Brasil tenha sempre os preços mais altos possíveis, contrariando a própria finalidade da Petrobrás que é a de fornecer combustíveis aos preços mais baixos possíveis.

Agora com o novo governo, o presidente eleito da estatal, Jean Paul Prates, promete acabar com o PPI. Mas isto hoje seria suficiente para resolver o problema ? Parece que não.

Vocês se lembram que recentemente a direção da Petrobrás anunciou uma redução nos preços do diesel em suas refinarias em quase 10%. Naquele momento o preço médio do diesel nas bombas no Brasil era de R$ 5,79 por litro como vemos no quadro a seguir :

Fonte: ANP/Petrobrás

Notem que em 22 de abril, destes R$ 5,79, nas refinarias ficavam R$ 3,41 e na Distribuição/Revenda R$ 0,95

Agora vejam este mesmo quadro em 6 de maio/2023:

Fonte: ANP/Petrobrás

Vejam que na bomba o preço do diesel caiu de R$ 5,79 para R$ 5,70, uma queda de R$ 0,09, ou seja uma redução de apenas 1,5%.

Observem que nas refinarias a queda foi de R$ 3,41 para R$ 3,08, uma diferença de R$ 0,33, ou seja menos 9,7%

Ocorre que na Distribuição/Revenda houve um aumento de R$ 0,95 para R$ 1,29, ou seja, uma diferença de R$ 0,34.

Portanto toda a redução ocorrida nas refinarias ficou nas mãos dos distribuidores e revendedores, nada chegando aos consumidores.

É preciso reestatizar a distribuição 

Cláudio da Costa Oliveira

Economista da Petrobrás aposentado

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