FALA SERIO 107 – ETERNA COLONIA

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ETERNA COLÔNIA
Infelizmente,
o Brasil sempre foi uma colônia.
Primeiro de Portugal,
depois da Inglaterra,
até virar quintal americano.
Temos uma população,
mas não temos um povo.
Temos um país,
mas não temos uma nação.
Um povo se forja na luta,
uma nação nasce da dor —
mas aqui,
nunca tivemos nada disso.
Por aqui,
tudo se resolve em acordos,
em conchavos.
A autoridade não se contesta,
apenas se contorna.
Damos um jeitinho.
Apoiamos a COP30 e a defesa da floresta.
Gostamos da ideia de um mundo em harmonia com a natureza,
mas a exploração da margem equatorial nos é imposta.
Vale mais o lucro de alguns
do que o desejo da maioria.
E assim seguimos,
nessa cultura de obediência cega,
de fé jesuítica,
aprendendo a viver ajoelhados.
Tomam nossas riquezas. À vontade.
Comandam, elegem e destituem nossos políticos. À vontade.
Controlam e administram nossas empresas estratégicas. À vontade.
Mas afinal —
quem está errado?
Nós…
ou os outros?
Nós, que aceitamos tudo calados,
que trocamos consciência por conforto,
que confundimos progresso com submissão.
Somos filhos do medo e da promessa,
herdeiros da senzala e da missa.
Nos ensinaram a obedecer antes de pensar,
a rezar antes de agir,
a pedir antes de exigir.
E assim seguimos —
cultivando ilusões importadas,
comprando o que não produzimos,
vendendo o que não desfrutamos.
Nos chamam de emergentes,
mas seguimos dependentes.
Nos chamam de democráticos,
mas só até a página dois.
A cada eleição, uma esperança reciclada.
A cada crise, um novo salvador da pátria.
E no fim, tudo igual —
a colônia veste terno,
mas continua ajoelhada.
Talvez um dia,
quando o último poço secar,
quando o último rio morrer,
quando o último pobre perceber que é maioria —
talvez então despertemos.
E o Brasil, enfim,
deixe de ser eterno…
pra ser livre.
Mas a dúvida persiste:
quem está certo?
A humanidade ainda engatinha,
entre ruínas e promessas.
Mas talvez, daqui a mil anos,
quando a ganância for lembrança
e a igualdade for essência,
então, sim —
as almas terão crescido,
e o homem, enfim,
terá aprendido a ser humano.

Observação : caso queira fazer algum comentário, dúvidas e criticas, escreva para o e-mail soberanobrasiles@gmail.com que responderemos com prazer

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