A gigante de investimentos Goldman Sachs prevê que haverá uma demanda “altíssima” por petróleo em 2023, que inevitavelmente resultará em um “déficit considerável” de combustível e aumento dos preços neste ano.
A reunião dos ministros da Energia do G20 na Índia neste final de semana não produziu um acordo sobre a redução dos combustíveis fósseis.
A empresa de investimento espera que o petróleo bruto Brent aumente para US$ 86 (R$ 406,15) por barril até final do ano, acima do preço atual de pouco mais de US$ 80 (R$ 377,81).
“Esperamos déficits bastante consideráveis no segundo semestre, com falta de quase dois milhões de barris por dia no terceiro trimestre, à medida que a demanda atinge um recorde histórico“, disse o chefe de pesquisa de petróleo da Goldman, Daan Struyven, à mídia dos EUA.
Uma das razões para o déficit, de acordo com Struyven, é a desaceleração do aumento da produção de petróleo nos Estados Unidos, que baixará em um ritmo de 200 barris por dia até o final do ano.
Ele também apontou para o número de plataformas de petróleo em declínio nos EUA, que caiu para 530, o número mais baixo no país desde março de 2022.
A falta de um acordo na reunião dos ministros da Energia do G20 na Índia também sugere incerteza em relação à demanda de petróleo de longo prazo.
“O ponto chave aqui para os investidores é, com a incerteza sobre a demanda de petróleo sendo tão elevada, os investidores podem exigir um prêmio para compensar o risco elevado de tal incerteza”, disse Struyven.
A cúpula do G20 também terminou sem um acordo sobre a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, dificultando o caminho para a eventual mudança da sociedade para a energia verde.
Por sua vez, a Agência Internacional de Energia previu no mês passado que a demanda global por petróleo crescerá 2,4 milhões de barris por dia em 2023, em comparação com um aumento de 2,3 milhões por dia no ano passado. Neste final de semana, o secretário-geral do Fórum Internacional de Energia, Joseph McMonigle, disse que a maior parte do aumento foi devido à China e à Índia, que ele prevê que representarão dois milhões de barris do aumento diário.
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