Enquanto pesquisa da Petrobras avança na Margem Equatorial, país vizinho toma a dianteira e diz que será o primeiro a criar zona de reserva
A Colômbia anunciou, nesta quinta-feira (13), que será o primeiro país a definir que a Amazônia é uma área livre da exploração de minério e petróleo. Além disso, a nação declarou que tornará todo o espaço de floresta uma reserva “de recursos renováveis”.
Os anúncios foram feitos pela ministra de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável colombiana, Irene Vélez Torres, durante encontro entre ministros do meio ambiente na COP30.
“A Colômbia decidiu dar o primeiro passo e foi o primeiro país da área amazônica a declarar a toda a parte que corresponde à Colômbia como uma zona de reserva de recursos naturais renováveis, protegendo este bioma de atividades de minério e de hidrocarbonetos”, declarou Torres.
A colocação da ministra se deu em tom de incentivo para que outros sete países que integram a região amazônica avancem com a preservação da floresta.
O Brasil, contudo, tem sido cobrado sobre o assunto devido à autorização para a Petrobras explorar petróleo na Margem Equatorial. No último dia 20 de outubro, O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) emitiu uma licença que autorizou a estatal a pesquisar a viabilidade de exploração de petróleo a 500 km da Foz do rio Amazonas, na divisa do Amapá com o estado do Pará.
A Colômbia detém uma fatia menor da Amazônia, com cerca de 7% de toda a floresta, enquanto a porção brasileira concentra a maior parte do bioma, totalizando aproximadamente 60% da vegetação. As demais parcelas são distribuídas entre Bolívia, Equador, Peru, Venezuela, Suriname e Guiana Francesa.
A ministra Irene Torres ressalta que, mesmo concentrando uma faixa inferior da floresta, o país vai proteger toda a área do bioma localizada em seu território. “A selva é só uma. Os rios não têm fronteiras, assim como a vida. Cuidar da Amazônia não é um sacrifício econômico, é uma inversão ética para o futuro da região e da humanidade”.
Defesa conjunta da Amazônia
A declaração de Torres ocorreu durante lançamento da Comissão Especial de Meio Ambiente e Clima, que reúne os oito países da região amazônica. Durante o evento, a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, destacou avanços do país e defendeu o fundo de proteção para florestas, o TFFF.
“Para que possamos, ao término dessa COP30, darmos uma resposta à altura do que a sociedade e a comunidade internacional está a esperar de nós. Na matéria de financiamento, por exemplo, sabemos que alcançar US$ 1,3 trilhões é a meta. E o Brasil colocou na mesa um instrumento potente, o TFFF, que é capaz de mobilizar recursos públicos e privados, não como doação, mas como investimento”, ressaltou.
FONTE https://noticias.r7.com