Uma ampla pesquisa científica com 4.263 pessoas entre 18 e 95 anos revelou quando o corpo humano começa, de fato, a envelhecer — e pode ser mais cedo do que se imagina. Segundo o estudo, publicado por uma equipe de pesquisadores internacionais, os primeiros sinais internos do desgaste físico começam a surgir aos 34 anos, marcando o início de uma fase invisível do envelhecimento biológico.
A análise foi feita a partir do plasma sanguíneo dos voluntários, focando especialmente na variação das proteínas presentes no organismo. Os cientistas descobriram que as proteínas funcionam como “motores celulares”, e suas alterações servem como indicadores precisos das transformações relacionadas à idade.
Das mais de 3.000 proteínas analisadas, 1.379 apresentaram mudanças relacionadas à idade, e apenas 373 delas foram suficientes para prever com precisão o envelhecimento dos participantes. Com base nessas descobertas, os pesquisadores dividiram o processo de envelhecimento humano em três fases distintas:
- 34 a 60 anos: fase adulta
- 60 a 78 anos: maturidade avançada
- 78 anos em diante: início da velhice
Segundo os cientistas, o envelhecimento ocorre em picos, e não de maneira linear. Isso significa que a produção de proteínas passa a diminuir gradualmente, reduzindo a capacidade de regeneração celular e impactando funções vitais.
Quais os sinais mais comuns da velhice?
A pesquisa destacou os sintomas mais recorrentes do envelhecimento visível e interno. Muitos desses sinais aparecem a partir da maturidade avançada e se intensificam com o passar do tempo:
- Metabolismo desacelera
- Ossos ficam mais frágeis
- Memória perde eficiência
- Qualidade do sono se altera
- Visão e audição se deterioram
- Massa muscular diminui
- Pele apresenta manchas e rugas
- Mobilidade e agilidade são reduzidas
Além das alterações físicas, o bem-estar emocional também pode ser afetado, com a solidão se tornando uma realidade crescente entre idosos, especialmente quando não há rede de apoio.
Idade cronológica versus percepção pessoal
Paralelamente ao estudo biológico, uma pesquisa da WIN International, com mais de 31 mil pessoas em 41 países, revelou como as pessoas se sentem em relação ao envelhecimento. O levantamento apontou que, globalmente, as pessoas deixam de se sentir jovens aos 40 anos e começam a se sentir velhas aos 60.
Na Argentina, por exemplo:
- A média de idade em que as pessoas deixam de se sentir jovens é 46 anos
- A sensação de envelhecimento começa, em média, aos 58 anos
A pesquisa também mostrou uma percepção global negativa sobre o cuidado com idosos. Cerca de dois terços da população mundial acredita que a sociedade não cuida bem nem dos jovens nem dos mais velhos. Na Argentina, esse índice é ainda mais alarmante: 9 em cada 10 entrevistados afirmam que os idosos são negligenciados socialmente.
A velhice começa quando o corpo diz, não quando o calendário manda
Ao contrário do senso comum, que associa a velhice a aniversários marcantes como os 60 ou 65 anos, o estudo mostra que o corpo começa a envelhecer bem antes — aos 34 anos, com a redução da atividade de proteínas que sustentam funções vitais.
Mesmo que culturalmente essa fase não seja reconhecida como “velhice”, do ponto de vista biológico, os primeiros sinais de desgaste já estão em curso. Com isso, a ciência redefine o envelhecimento não apenas como uma questão de idade cronológica, mas como um processo celular e metabólico que pode — e deve — ser monitorado e cuidado desde cedo.
Fonte https://diariodocomercio.com.br/
