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CAIXA QUEM FAZ CORRETO E PUNIDO

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Gerentes da Caixa perdem cargos após barrarem operação ‘arriscada’ de banco de baiano

Dois gerentes da Caixa Econômica Federal foram destituídos de suas funções depois de terem barrado uma operação, classificada por eles como “atípica e arriscada”, com o banco Master, que tem como CEO o baiano Augusto Ferreira Lima. A informação é da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Segundo a publicação, a negociação envolvia a compra de um lote de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master, que previam uma rentabilidade de 130% do CDI ao ano no prazo de 10 anos. Além de Lima, o Master tem entre os principais acionistas os empresários Douglas Vorcaro e Maurício Quadrado.

A colunista aponta que a queda dos técnicos aconteceu na última segunda-feira (8), quatro dias depois de terem enviado um documento sigiloso ao comitê de investimentos alertando que a estatal nunca havia aplicado aquele volume em um período tão longo para uma insto de perfil arriscado como o Master, que tem rating interno de BB+, considerado de médio risco.

“Expor-se a um emissor com o perfil de risco em questão (“médio risco”) e por um prazo de 10 anos é altamente arriscado e atípico no mercado”, dizem os técnicos. “Tal decisão certamente chamaria a atenção de todo o mercado e dos investidores, uma vez que as carteiras dos fundos são públicas e tal operação vai contra a prática comum de mitigação de riscos, pois reúne dois fatores risco importantes, o tempo (exposição por um prazo bastante longo) e o próprio perfil de risco do emissor (bem vulnerável)”, pontua trecho do parecer assinado pelo gerente Daniel Cunha Gracio, de renda fixa, e que foi avalizado por Maurício Vendruscolo, de renda variável, segundo revelou o jornal O Globo.

Ambos faziam parte da Caixa Asset, uma divisão recente do banco estatal, e foram informados das destituições em uma videoconferência que teve a participação do CEO da Caixa Asset, Pablo Sarmento.

Na peça de 19 páginas, à qual O Globo teve acesso, os técnicos enfatizam que a operação é “atípica” e “arriscada”, além de classificar o modelo de negócios do Master como de “de difícil compreensão” e que aponta para um “alto risco de solvência”. Diz o parecer que, nos últimos anos, o Master comprou outros bancos menores, razão pela qual seu patrimônio líquido vem aumentando.

Conforme o documento revelado pelo jornal, o Master tem no total R$ 820 milhões em ativos distribuídos no mercado financeiro. Só que, desse total, cerca de R$ 780 milhões foram aplicados por gestoras ligadas ao próprio Master. Isso significa que apenas R$ 40 milhões foram comprados pelo mercado. Nesse sentido, se comprasse as letras financeiras no valor proposto pelo Master, a Caixa Asset investiria no banco quase 13 vezes o valor que outros agentes do setor aplicaram na instituição somados.

“Essa decisão pode suscitar questionamentos sobre a avaliação e a estratégia de gestão de risco adotada pela Asset, impactando a percepção de confiança e prudência no mercado”, alerta o documento.

O parecer, segundo a colunista, também inclui uma “pesquisa reputacional” da área responsável pela governança e compliance da Caixa Asset, que identificou processos junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por manipulação de preços, irregularidades em distribuição de produtos de investimento no mercado, além de envolvimento em “diversos crimes financeiros”.

Aponta o documento, afirma ela, que um dos sócios do Master, Maurício Quadrado, foi acusado em delação premiada de um ex-superintendente da Caixa de oferecer propina de R$ 8 milhões para utilizar recursos do FI FGTS para a empresa Rede Energia.

Segundo o jornal O Globo, a Caixa Asset não esclareceu se pretende manter a operação de R$ 500 milhões o Master, e afirmou que “as operações em negociação são sigilosas e ocorrem de acordo com a estratégia da empresa”. Negou ainda que a queda dos gerentes tenha relação com o caso e que “não faz parte da política da empresa nenhum tipo de retaliação”.

Já o Banco Master, disse, através de sua assessoria, que desconhece o parecer da Caixa Asset, que não é público, segundo publicou o jornal O Globo.

Fonte Politica livre

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