Aposentado de 63 anos relata que trabalha seis dias por semana, 10 horas diárias, faturando, em média, R$ 320 brutos por dia e questiona: “Onde vou conseguir um emprego que me pague um salário parecido com o que ganho aqui?”
Luiz Cláudio, 63 anos, é motorista de aplicativo em Belo Horizonte, Minas Gerais, há 7 anos e destaca as dificuldades de dirigir na cidade mineira. Com dificuldades para se aposentar, Luiz decidiu apostar nos aplicativos de transporte.
Ele afirma que, apesar dos desafios, ainda vale a pena dirigir como motorista de aplicativo. “Hoje, com 63 anos, é difícil arrumar outro trabalho. Onde vou conseguir um emprego que me pague um salário parecido com o que ganho aqui?”, questiona.
Segundo ele, o trabalho oferece uma autonomia que outras opções não proporcionariam: “Isso aqui me dá autonomia. Ainda compensa por falta de opção para minha idade.”
O ex-vendedor de veículos trabalha seis dias por semana, cerca de 10 horas diárias, e fatura, em média, R$ 320 brutos por dia. No entanto, enfrenta custos elevados: “Eu gasto de R$ 70 a R$ 80 por dia apenas com combustível.”
Luiz conta que utiliza duas plataformas, Uber e 99, mas tem se dedicado mais à segunda: “Eu me afastei bastante da Uber. Trabalhei cinco anos com eles, mas percebi que não valia a pena. São muito desorganizados, embora tenham melhorado um pouco. O que a 99 está oferecendo realmente compensa. A Uber descontava muito e nunca deu nenhum incentivo. Tudo o que ganhei lá foi porque eu fiz, nunca recebi nada deles.”
Por que você optou pela 99?
“A 99 chegou para pegar os motoristas que a Uber perdeu. Eles oferecem incentivos que fazem diferença. Hoje, na 99, eu tenho uma posição equivalente ao nível diamante que eu tinha na Uber. Não é regalia, mas há um dinâmico que muitos motoristas não têm. Isso faz diferença.”
Como você avalia o trânsito em Belo Horizonte?
“O trânsito aqui é péssimo, comparado ao de São Paulo. É caótico, e isso atrapalha muito. Mesmo em férias escolares ou fim de ano, continua pesado. Você gasta mais tempo e combustível. Durante a semana, o trânsito aqui é um dos piores do Brasil.”
Como é a concorrência em Belo Horizonte?
“A concorrência aumentou muito. Hoje, além da Uber e da 99, temos o Lady Drive, que é só para mulheres, e o InDrive. Sem contar as motos, que diminuíram bastante nossas corridas. Há rumores de que as motos podem ser suspensas depois de acidentes fatais no Rio de Janeiro. Isso não afeta só motoristas, mas também passageiros.”
Você acha que os valores pagos pelas plataformas são justos?
“Não, está longe disso. Mas, entre as opções, a 99 ainda é melhor. Eu já trabalhei muito pela Uber, fiz quase 40 mil viagens com eles, mas nunca recebi qualquer incentivo. É por isso que hoje prefiro a 99.”
Quais são os principais desafios de ser motorista de aplicativo?
“O sistema ainda precisa olhar para o nosso lado, principalmente em relação à segurança. Em Belo Horizonte, tem muito lugar de risco. Eu, como conheço bem a cidade, simplesmente não vou a alguns lugares. Já tive ameaça de arma, e se vierem com essa história de regulamentação e carteira assinada, isso pode piorar. Teremos que ir a qualquer lugar, e isso não é justo.”
Como você descreveria a experiência de ser motorista de aplicativo em Belo Horizonte?
“O trânsito aqui não ajuda muito, mas ainda vale a pena. Tem que organizar. Eu tenho horário para sair de casa, e quase todo dia eu almoço em casa. Eu consigo direcionar corridas para minha região na hora de voltar para casa, mas até isso às vezes penaliza a gente. Por exemplo, você está com a direção ativada para ir para casa, mas te mandam uma corrida para o lado oposto. Aí você não pega, e isso aumenta o seu índice de cancelamento. É contraditório. Te dão uma funcionalidade, mas não fazem ela funcionar direito.”
O que você espera do futuro do trabalho com aplicativos?
“Ainda compensa, mas as plataformas precisam melhorar. A questão da segurança é urgente, assim como os valores. Se nada mudar, muitos motoristas vão desistir. E se colocarem carteira assinada sem resolve
Fonte 55 Content – Beatriz Beyrute