Em apenas um ano, Rússia passou de fornecedor irrelevante a principal supridor do combustível para o Brasil
Você vai ver por aqui:
- Importação de diesel russo dispara 6.000% em 2023
- Saudi Aramco cancela expansão da produção de petróleo
- Lítio brasileiro é lucrativo mesmo com preços baixos, diz Atlas Lithium
- Energia solar espacial entra no radar de empresas e governos
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As importações de diesel russo pelo Brasil cresceram 60 vezes em 2023. Em apenas um ano, o país passou de fornecedor irrelevante a principal supridor do combustível para o mercado brasileiro.
– Ao longo do ano passado, foram importados 6,1 milhões de toneladas de diesel da Rússia, ante 101.904 toneladas em 2022, de acordo com dados do Comex Stat, o sistema de dados de comércio exterior do governo federal.
- Ao todo, foram gastos US$ 4,5 bilhões com a compra do diesel russo em 2023, ante US$ 95 milhões no ano anterior.
- A Rússia respondeu por metade das importações de diesel brasileiras.
Guerra e sanções. Os envios começaram a aumentar já no primeiro trimestre por causa das sanções impostas pela União Europeia após a invasão da Ucrânia.
- Os países europeus começaram a cortar gradualmente as compras desde o início da guerra, em 2022, até interromper totalmente o fluxo em fevereiro do ano passado.
- Sem seu principal consumidor, os refinadores russos tiveram que baixar os preços para atrair novos compradores, especialmente Índia e China.
Brasil aproveitou preços. Sem nenhuma restrição aos produtos russos, as distribuidoras e importadoras nacionais aproveitaram a oferta de combustível barato no mercado.
– Mesmo com a mudança da política de preços da Petrobras, que levou ao corte de 22,5% no preço do diesel para as distribuidoras ao longo do ano, o combustível importado esteve mais barato em diversos períodos.
- O fluxo foi interrompido rapidamente em setembro, quando o governo russo cortou as importações para atender o mercado interno, mas voltou logo no mês seguinte.
Pragmatismo nas relações. O aumento das compras também reflete o pragmatismo da política externa brasileira na questão da guerra da Ucrânia.
- Tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro quanto o atual presidente Lula mantiveram relações amistosas com o presidente russo Vladimir Putin e não tomaram partido da Ucrânia durante a guerra, mantendo as portas abertas para o combustível.
Diálogos da Transição. O mercado de veículos elétricos ultrapassou a geração renovável e se tornou o setor com a maior parcela dos investimentos globais em energia limpa em 2023, segundo levantamento da BloombergNEF.
– Houve um aumento de 17% no volume total, que chegou a US$ 1,8 trilhão, dos quais US$ 634 bilhões (36%) estavam associados à mobilidade elétrica.
- As energias renováveis receberam US$ 623 bilhões, seguidas pelas redes elétricas, com US$ 310 bilhões.
Transição da Petrobras. O diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, disse que a estatal será indutora de novos mercados de baixo carbono no Brasil, como captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS), combustível sustentável de aviação (SAF) e hidrogênio verde.
– “O longo prazo da Petrobras passa pela sua transformação de uma empresa petrolífera em uma empresa de energia”, afirmou o executivo em entrevista ao InfoMoney.
Petrobras amplia coprocessado. A estatal fez testes de produção de diesel com parcela renovável em mais três refinarias além da Repar (PR), que já vende o Diesel R5, com 5% de óleos vegetais misturados ao combustível fósssil.
– Agora, a RPBC (SP) e a Reduc (RJ) já podem produzir o R5. E a Replan (SP) está sendo adaptada.
- Para aprofundar: O que é diesel verde e o que está em disputa no mercado brasileiro de biocombustíveis
Lítio lucrativo. Mesmo com o derretimento dos preços no mercado internacional, o lítio brasileiro continua lucrativo, afirmou Marc Fogassa, CEO da Atlas Lithium, em entrevista exclusiva para a epbr.
– A mineradora é uma das quatro – junto com Sigma Lithium, Lithium Ionic e Latin Resources – com projetos de exploração no Vale Jequitinhonha (MG) e espera produzir até o fim de 2024.
- “Nós da Atlas não estamos preocupados, porque acreditamos que o nosso produto vai continuar sendo um produto de alta qualidade e relativo baixo custo.”
Energy SumMIT 2024. A agência epbr fará uma cobertura especial do Energy SumMIT 2024, o maior evento sobre inovação e empreendedorismo em energia do mundo, que acontecerá entre os dias 17 e 19 de junho, no Rio de Janeiro.
– A cobertura é fruto de uma parceria, para produção de conteúdos, entre a agência epbr e a MIT Technology Review Brasil, braço de conteúdo do MIT norte-americano em nosso país.
- A epbr terá um estúdio dentro do evento e vai transmitir ao vivo no canal da agência no Youtube entrevistas com os principais executivos e autoridades do setor com discussões sobre os temas mais importantes para o mercado.
Eletrificação mais lenta. A transição dos veículos a combustão para os 100% elétricos será mais longa no Brasil que em outros países, afirmou o CEO da Vibra, Ernesto Pousada, durante evento do Credit Suisse em São Paulo.
– “A eletrificação vai acontecer, mas será mais longa, uma jornada de 20 ou 30 anos. Antes veremos a transição para biocombustíveis líquidos”, disse o executivo.
Energia solar espacial. A geração de energia no espaço para envio à Terra está no radar de universidades, empresas e governos e pode ter um grande impacto no mercado dentro de alguns anos.
– A tecnologia consiste em gerar energia com painéis solares em um satélite, converter em microondas, que são transmitidas para uma antena receptora na superfície e reconvertidas em eletricidade.
- Foi testada pela primeira vez com sucesso em maio de 2023, na universidade Caltech, da Califórnia, e agora recebe investimentos de governos e instituições dos EUA, China, Reino Unido, Europa e Japão.
- O programa ZhuRi da China planeja gerar 20 MW de energia até 2035. Já a startup Space Solar, no Reino Unido, é mais ambiciosa e quer enviar 30 GW à rede de energia até 2040.
Brasil e Bolívia. Os governos brasileiro e boliviano assinaram memorando de entendimento para ampliar a produção de fertilizantes.
– O acordo prevê a realização de estudos para a construção de fábricas de fertilizantes nitrogenados; para o mapeamento geológico e pesquisa mineral, além de medidas para ampliar e facilitar o comércio dos insumos.
Fonte APBR