Presidentes da China e dos EUA tentam normalizar relações em meio a questões em que concordaram e outras em que discordaram
O presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente dos EUA, Joe Biden, conversaram por telefone nesta terça-feira, a pedido do norte-americano. Xi disse que a relação China-EUA começa a se estabilizar, “e isto é bem recebido pelas sociedades e pela comunidade internacional”.
“Por outro lado, os fatores negativos da relação também têm crescido, e isso requer atenção de ambos os lados”, disse ele durante a conversa com o presidente dos EUA.
A Casa Branca descreveu a conversa de 1 hora e 45 minutos como “franca e construtiva” sobre uma série de questões sobre as quais os líderes concordaram e discordaram. Biden enfatizou a necessidade de manter “a paz e a estabilidade” através do Estreito de Taiwan e também expressou as suas preocupações sobre o apoio da China à indústria de defesa da Rússia.
Biden também falou sobre suas preocupações com as táticas comerciais da China que, segundo a Casa Branca, prejudicam os trabalhadores norte-americanos, e enfatizou que os EUA farão o que for necessário para evitar que “tecnologias avançadas dos EUA sejam usadas para minar” a segurança nacional.
Três princípios na relação China-EUA
O presidente chinês sublinhou três princípios abrangentes que devem orientar a relação China-EUA em 2024. Primeiro, a paz deve ser valorizada. Os dois lados devem estabelecer um limite de ausência de conflito e de confronto no relacionamento e continuar a reforçar a perspectiva positiva do relacionamento.
Em segundo lugar, a estabilidade deve ser priorizada. As duas partes devem abster-se de atrasar a relação, provocar incidentes ou ultrapassar os limites, de modo a manter a estabilidade geral da relação.
Terceiro, a credibilidade deve ser mantida. Os dois lados devem honrar os seus compromissos mútuos através da ação e transformar a visão da reunião entre Xi e Biden em São Francisco, em novembro de 2023, em realidade.
Xi enfatizou que a questão de Taiwan é a primeira linha vermelha que não deve ser ultrapassada na relação China-EUA. Perante as atividades separatistas da “independência de Taiwan” e o incentivo e apoio externo às mesmas, a China não vai ficar parada, assegurou o líder chinês.
Ele instou o lado norte-americano a traduzir o compromisso do presidente Biden de não apoiar a “independência de Taiwan” em ações concretas.
Yellen e Blinken visitarão China
Segundo Xi, o lado norte-americano adotou uma série de medidas para suprimir o comércio e o desenvolvimento tecnológico da China e está adicionando cada vez mais entidades chinesas às suas listas de sanções. Isto não é “reduzir riscos”, mas sim criar riscos.
Biden reiterou que os Estados Unidos não procuram uma nova Guerra Fria, o seu objetivo não é mudar o sistema da China, as suas alianças não são dirigidas contra a China, os EUA não apoiam a “independência de Taiwan”, e os EUA não procuram conflito com China.
Os Estados Unidos enviarão em breve a secretária do Tesouro, Janet Yellen, e o secretário de Estado, Antony Blinken, para visitar a China para reforçar o diálogo e a comunicação.
Os dois presidentes também trocaram opiniões sobre a crise na Ucrânia, a situação na Península Coreana e outras questões.
Fonte Monitor Mercantil – Marcos de Oliveira Com Agência Xinhua