Na transição a alta velocidade para energia ‘verde’, planeta enfrenta resíduos e pode esgotar a prata
A decisão de trocar, em poucos anos, combustíveis fósseis por energia renovável deixa de lado discussões sobre a sustentabilidade de uma tecnologia “verde”. A procura global por painéis solares aumenta a procura por prata – metal chave para o produto. Os painéis que vão sendo desativados também levantam questões sobre como reciclá-los, para não deixar uma montanha de resíduos a caminho do lixo.
Levantamento liderado por Rong Deng, da Universidade NSW, da Austrália, constatou que os níveis de resíduos de painéis solares atingirão um ponto sem volta dentro de 2 a 3 anos. Se a produção de painéis fotovoltaicos se expandir de 5 a 10 vezes, como previsto, o planeta esgotará as reservas de prata em 2 décadas. A reciclagem é considerada difícil e cara, por conta das características da construção.
Artigo de Kristin Ziv e Morgan Bazilian, publicado no site do The Payne Institute for Public Policy at Colorado School of Mines, mostra que no ano passado a energia fotovoltaica consumiu 142 milhões de onças de prata, ou 13,8% do uso total de prata em todo o mundo; em 2014, eram apenas 5%, de acordo com o Silver Institute.
“Apesar da crescente procura da energia solar, a oferta de prata não aumentou nos últimos anos. As minas primárias de prata produzem apenas cerca de 28% do metal, de acordo com um relatório de 2023. Os outros 72% da produção de prata são subprodutos de projetos de chumbo, zinco, cobre e ouro”, diz o artigo. O preço também pouco se movimentou – hoje está em cerca de US$ 22/oz, nível similar ao de 10 anos atrás.
A esperança é de inovações tecnológicas que prescindam o uso do metal. O Japão pesquisa o uso de um mineral chamado perovskita. Outra opção seria um material mais barato e mais disponível. Uma camada de grafite com níquel combinada com uma camada de liga de bismuto-índio pode ser pintada no dispositivo de perovskita. Os novos materiais podem substituir a prata (ou ouro) em futuras células solares.
“Parece, no entanto, que a curto e médio prazo, a prata continuará a ser um componente crucial das energias fotovoltaicas, e a sua utilização, fixação de preços, reciclagem e outras abordagens terão de ser encaradas”, finalizam Ziv e Bazilian.
Sem voz discordante
O democrático Estado de Israel aprovou lei, nesta segunda-feira, que concede ao governo autoridade para proibir a transmissão do canal de notícias Al Jazeera, uma medida que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que implementaria, acusando a emissora de ser ligada ao Hamas. O projeto foi aprovado no Knesset, o parlamento israelense, com o apoio de 71 legisladores, enquanto 10 se opuseram.
A Al Jazeera produziu o documentário 7 de outubro, fruto de meses de investigação forense, em que alega que as principais alegações usadas para justificar o genocídio em Gaza por Israel não são comprovadas ou são histórias fabricadas. Segundo o documentário, alguns dos piores crimes atribuídos ao Hamas podem ter sido cometidos pelos próprios militares israelenses.
Fonte MOnitor Mercantil – Marcos de Oliveira