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A ORIGEM DO PPI

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“Os responsáveis serão punidos?”

Escrito por Cláudio da Costa Oliveira – 4 de Abril de 2023

Muitos atribuem a criação do famigerado Preço de Paridade de Importação – PPI ao ex-presidente da Petrobrás, Pedro Parente.

De fato Parente, estabeleceu regras e institucionalizou a metodologia à partir de outubro de 2016, mas o que poucos percebem é que tal prática foi inspirada na política de preços praticada por seu antecessor, Aldemir Bendini, ainda na administração petista de Dilma Roussef.

À partir de 2010, com o preço internacional do petróleo ultrapassando US$ 100/barril a Petrobrás estabilizou os preços cobrados em suas refinarias, que passaram a ficar inferiores aos preços internacionais. Esta situação permaneceu até 2014.

Tal prática beneficiava os consumidores brasileiros e tornava a economia brasileira mais competitiva. Fazia com que a Petrobrás assumisse todo o mercado brasileiro de combustíveis, prejudicando somente os importadores, os traders internacionais e as refinarias no exterior.

A mídia hegemônica brasileira, como sempre trabalhando em defesa do capital estrangeiro, dizia que a Petrobrás estava tendo enormes prejuízos com esta prática, pois importava combustíveis por preços mais altos do que estava vendendo. Portanto subsidiava as importações que fazia para suprir o mercado.

Ocorre que a Petrobrás importava apenas 15% do volume que vendia e o fato dela manter todo o mercado brasileiro mais do que compensava o subsidio concedido.

Mas a mídia hegemônica somou o subsidio ao crescimento do endividamento da companhia e passou a divulgar que a mesma tinha problemas financeiros, sem mostrar qualquer número, acusação à qual denominei como “A mãe de todas as mentires”, já que todos os números da empresa provam o contrário, e tornei claro em artigos publicados, como a seguir:

https://www.brasil247.com/blog/28-de-abril-hoje-e-o-dia-da-mae-das-mentiras-sobre-a-petrobras

Caberia à administração da época (Dilma) fazer a defesa do nome da companhia. Mas Dilma e seu partido o PT, foram omissos ou coniventes e jamais defenderam a Petrobrás, permitindo que a mentira prosperasse junto à opinião pública brasileira.

Esta foi a grande traição que justificou o posterior desmonte da Petrobrás com a venda de seus ativos, colaborando também com a aceitação do PPI.

Esta traição é retratada no livro “A segunda privataria’ que pode ser lido na Amazon https://soberanobrasil.com.br/a-segunda-privataria-2/ 

No final de 2014 o preço internacional do petróleo iniciou um periodo de queda vertiginosa . A direção da Petrobrás no entanto, manteve os preços estáveis nas refinarias e o processo foi invertido, saindo do subsidio para um exagero de sobrepreço.

Em 2015, os preços cobrados pela Petrobrás em suas refinarias chegaram a estar quase 70% acima dos preços internacionais, como mostrado no artigo a seguir :

https://g1.globo.com/economia/noticia/2015/01/preco-da-gasolina-no-brasil-esta-quase-70-acima-do-internacional.html

Este absurdo penalizou enormemente o consumidor brasileiro bem como nossa economia. Os beneficiados foram os importadores, os traders e as refinarias estrangeiras. A mídia hegemônica jamais relatou estes fatos.

Imaginem vocês que os importadores poderiam colocar combustíveis no mercado brasileiro com preços 50% acima dos internacionais, e ainda assim oferecer preços inferiores aos da Petrobrás.

Como a mídia não informava os fatos, o consumidor brasileiro não reclamava, ficando satisfeito apenas pelo fato dos preços estarem estáveis. Uma enganação absurda e criminosa.

Foi neste cenário que Pedro Parente se inspirou para criar o PPI , tendo inclusive reduzido os preços, pois os preços vigentes eram superiores ao próprio PPI.

Será que algum dia os responsáveis serão punidos ?

Cláudio da Costa Oliveira

Economista da Petrobrás aposentado

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