Com 123 metros de comprimento e circulação limitada a horários específicos, a megacarreta entrou em Goiás por Itumbiara e deve concluir a travessia em janeiro de 2026.
A maior carreta em operação no Brasil está cruzando rodovias desde 9 de outubro de 2025, levando uma peça industrial produzida na China para a Votorantim Cimentos em Edealina, Goiás, em uma operação da transportadora Cruz de Malta.
O conjunto impressiona pelos números e pelo impacto no tráfego, com 123 metros de comprimento, peso total na casa de 636 toneladas e um deslocamento que pode durar quatro meses.
Na reta mais recente do trajeto, a megacarreta deixou Minas Gerais e entrou em Goiás pela região de Itumbiara, onde o deslocamento exige operação especial em trechos de pista simples.
A previsão inicial de chegada antes do Natal não se confirmou, e o cronograma segue sujeito a paradas por clima e logística, com expectativa de conclusão nos primeiros dias de janeiro de 2026.
Dimensões fora do padrão explicam por que a operação virou um caso raro nas rodovias
A composição tem cerca de cinco metros de altura, 123 metros de comprimento, largura citada na faixa de 7,3 a 8 metros e peso total por volta de 636 toneladas, o que faz o transporte ocupar praticamente toda a pista em alguns pontos.

O veículo opera com 44 eixos e algo entre 264 e 296 pneus, dependendo da configuração descrita ao longo do percurso, sempre com foco em distribuir a carga e reduzir riscos estruturais.
O item transportado integra um sistema de moagem destinado a uma unidade de cimento, com aproximadamente 210 toneladas e 19,5 metros de comprimento, segundo informações divulgadas durante a operação.
Velocidade baixa e janelas de circulação alongam a viagem por meses
A megacarreta anda devagar, com velocidade média informada em torno de 20 km por hora e, em outros trechos, próxima de 30 km por hora, variação que depende do tipo de via e das manobras necessárias.
Para reduzir risco e facilitar o controle do tráfego, a circulação ocorre apenas de segunda a sexta, dentro de uma janela diurna, citada entre 8 horas e 16h30 em parte do percurso.
Em rodovias com pedágio, há passagens adaptadas e uso de áreas laterais para evitar bloqueios prolongados, já que o tamanho inviabiliza manobras comuns.
Mesmo assim, motoristas encontram interrupções pontuais, com paralisações diárias de cerca de uma hora para liberar o trânsito e permitir a passagem de outros veículos.
A operação também mobiliza um revezamento de condutores, com relato de seis motoristas alternando na direção ao longo do trajeto para manter o deslocamento dentro das regras e com atenção redobrada.
Escolta, bloqueios e autorização oficial sustentam a operação de carga superdimensionada
Ao longo do caminho, a carreta tem acompanhamento de concessionárias e da Polícia Rodoviária Federal, responsável por parte da escolta e pelo suporte técnico em pontos críticos.
Em Goiás, por exemplo, a passagem pela BR 452 exige que o conjunto use as duas faixas em trechos de pista simples, com liberações pontuais e orientação para que condutores evitem ultrapassagens e sigam a sinalização.
Como se trata de carga que excede limites normais de peso e dimensões, o transporte depende de Autorização Especial de Trânsito, emitida pelo DNIT para combinações que não se enquadram nos padrões e que precisam cumprir medidas extras de segurança.
Chuva, paradas e atrasos reacendem a discussão sobre impacto no trânsito e alternativa logística
Um dos principais motivos de atraso é a necessidade de suspender o deslocamento em condições adversas, como chuva intensa, já que o conjunto precisa de aderência, visibilidade e margem para manobras em baixa velocidade.
Em Minas Gerais, houve registro de seis dias de megacarreta estacionada por causa do mau tempo, o que empurrou o cronograma e aumentou a incerteza sobre datas exatas de chegada.
Além do clima, a viagem inclui paradas por ajustes e mudanças operacionais, inclusive trechos com interdição total e reorganização do transporte para seguir com segurança.
A consequência direta é o impacto no dia a dia de quem depende das rodovias, com lentidão, bloqueios programados e necessidade de planejamento, especialmente em corredores de tráfego regional e interestadual.
No fim, fica a pergunta que divide opiniões entre motoristas e especialistas em logística: faz sentido uma carga desse porte cruzar rodovias por meses, ou o país deveria ter alternativas mais robustas, como ferrovias e rotas dedicadas para cargas excepcionais? Deixe seu comentário dizendo de que lado você fica e se esse tipo de operação deveria ter regras ainda mais rígidas para reduzir transtornos.
Fonte https://clickpetroleoegas.com.br/