Indústria prepara ‘plano B’ para carros elétricos encalhados nas lojas

baixados (3)

A desaceleração na demanda global por veículos puramente elétricos forçou a indústria automotiva a traçar uma rota de fuga estratégica. Isso porque, diante do risco de ver seus novos modelos movidos a bateria encalharem nas concessionárias, montadoras começam a traçar projetos para converter esses carros em híbridos emergencialmente.

A lógica inverte a engenharia tradicional: em vez de adaptar carros a combustão para receberem baterias, a nova ideia é instalar pequenos motores a gasolina em plataformas nascidas para serem elétricas.

A mais recente movimentação nesse sentido vem da Horse Powertrain, joint venture formada pela Renault e pela Geely. A empresa revelou nesta semana seu “Future Hybrid System” – um conjunto motriz projetado especificamente para ser encaixado em arquiteturas de veículos originalmente elétricos.

Segundo a companhia, o sistema “all-in-one” integra motor 1.5 a gasolina, transmissão e motor elétrico em um único bloco compacto. Como ele é pequeno, dá para encaixá-lo em eventuais carros elétricos sem a necessidade de reprojetar a carroceria ou o chassi do veículo – o que seria caríssimo

Matias Giannini, CEO da Horse, afirma que a tecnologia, prevista para chegar ao mercado em 2027, visa “liberar recursos das montadoras”, permitindo que aproveitem as plataformas de elétricos já desenvolvidas – e que custaram bilhões em investimento – para oferecer produtos mais palatáveis ao consumidor da vez.

O ‘segredo’ da Volks
Se a Horse joga luz sobre a solução técnica, a Volkswagen parece já estar a testá-la nos bastidores por necessidade comercial. De acordo com informações reveladas pelo portal espanhol Motor.es, a gigante alemã trabalha secretamente em motores de combustão interna destinados a equipar seus futuros modelos compactos elétricos na Europa, caso a aceitação destes seja baixa.

O foco da preocupação das Volks recai sobre os iminentes ID. Polo e ID. Cross. A publicação aponta que, embora o discurso oficial da marca mantenha a aposta na eletrificação total, engenheiros da empresa desenvolvem propulsores de 1.0 (dois cilindros) e 1.5 litro (três cilindros) para servirem como geradores de energia.

A estratégia seria uma resposta ao avanço das marcas chinesas, como a Leapmotor, que já oferecem modelos EREV — onde o motor a combustão não traciona as rodas, servindo apenas para carregar a bateria em movimento – a preços competitivos.

O Motor.es relata que a plataforma “MEB Entry”, base dos futuros elétricos de entrada da Volkswagen, já estaria a ser testada com o pequeno motor 1.0 instalado na traseira, funcionando exclusivamente como extensor de autonomia.

É uma medida vista como um “botão de pânico”: se o ID. Polo elétrico fracassar em vendas frente aos rivais a combustão ou híbridos, a Volkswagen teria agilidade industrial para lançar uma versão que não depende exclusivamente de tomadas.

Fonte https://www.uol.com.br/

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram