Cada trem que sai de Rondonópolis em direção a Santos, com graõs e farelo, tira 288 caminhões das estradas
Em uma tarde de novembro, mesmo fora do pico da safra, o fluxo é constante no maior terminal rodoferroviário da América Latina, que a Rumo Logística opera 24 horas por dia em Rondonópolis (MT).
Os caminhões descarregam suas cargas de grãos ou de farelo, vindas do coração do agronegócio brasileiro, que enchem até 20 vagões por hora.
o meio do terminal, enquanto o sol ardente castiga trabalhadores a uma temperatura acima de 30 graus, há mistura de odores. Os caminhões queimam diesel, grãos de soja derrubados durante a movimentação fermentam no solo, as enormes quantidades de milho deixam a sensação de que um pacote de salgadinho industrializado acabou de ser aberto.
Parece impossível descrever o cheiro do terminal. Até que uma pessoa responsável pelas operações define com precisão: “É o cheiro do PIB”.
O megaterminal em Rondonópolis recebe 1.600 caminhões por dia, em média, cujas cargas lotam seis trens. Em 2025, devem ser movimentadas 23 milhões de toneladas.
Cada composição, com 135 vagões em direção ao Porto de Santos (SP), tira 288 carretas das estradas, propiciando economia logística e viabilizando um transporte bem menos poluente.
A produção atravessa todo o interior de São Paulo, cuja Malha Paulista também é operada pela Rumo, em uma jornada de 76 horas. Na volta, os trens costumam trazer fertilizantes e combustíveis.
Tradings como ADM, Bunge e a chinesa Cofco instalaram grandes unidades de processamento de farelo em Rondonópolis.
Até recentemente, filas de até 20 quilômetros se formavam nas imediações do terminal, com carretas ocupando o acostamento da BR-163
Agora, a tecnologia promete botar ordem nas filas. Um aplicativo — batizado de Cheguei — passou a liberar os veículos pesados quando eles estão em um raio de oito quilômetros, evitando desperdício de tempo pelos caminhoneiros e desorganização nas proximidades.
Fonte https://www.cnnbrasil.com.br/