Dono de rede de postos de combustíveis é alvo de operação contra o PCC

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Um empresário de uma rede de postos de combustíveis é alvo de uma operação contra suspeitos de esquema que envolve lavagem de dinheiro para o PCC no estado de São Paulo.

O que aconteceu
Operação Spare busca suspeitos de envolvimento com venda de combustível adulterado e exploração de jogos de azar. Os mandados são cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público de São Paulo, com o apoio da Polícia Militar e da Receita Federal.

Os mandados são para endereços ligados a Flávio Silvério Siqueira, empresário do ramo de combustíveis. Além da cidade de São Paulo, mandados também são cumpridos nas cidades de Santo André, Campos do Jordão, Osasco, Barueri, Ribeirão Preto, Paulínia, Campinas e Bertioga.

Na capital, os bairros de Pinheiros, Vila Mariana, Vila Olímpia e Cerqueira César são alguns dos que têm mandados cumpridos. Há buscas na avenida Paulista e rua Augusta.

Dinheiro, celulares, HDs e outros materiais foram apreendidos. Até 11h, balanço das forças de segurança indicava que foram apreendidos R$ 872.840, 20 celulares, cinco computadores, dez HDs, 114 documentos, uma arma e 398 munições.

Grupo criminoso alvo da operação de hoje tem relação com o PCC. O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio Oliveira Costa, afirmou que o grupo investigado “tinha os mais diversos tipos de relação com conhecidos” do PCC, inclusive frequentavam a residência de algumas de suas lideranças que já foram mortas. “Além disso, já identificamos a participação de empresas controladas por esse grupo que recebiam volumes absurdos de depósitos em dinheiro espécie, muito provavelmente do crime organizado.”

Como o esquema funcionava?
Flávio Siqueira, conhecido como Flavinho, seria o chefe do esquema, segundo as investigações. Ele é suspeito de lavar dinheiro do crime da facção criminosa por meio de postos de combustíveis em um movimento classificado pelo MP-SP como uma “complexa rede de pessoas físicas e jurídicas”.

Crime foi descoberto após maquininhas de cartão ligadas a um posto serem encontradas em casas de jogos de azar no litoral paulista. Na ocasião, os donos do estabelecimento afirmaram que desconheciam a conta que recebia os valores.

Ao menos R$ 859.151 foram recebidos por um dos postos investigados, segundo a investigação do Gaeco. O valor, de transações de cartão na maquininha, era diretamente transferido para a BK Bank.

Investigadores descobriram que o mesmo número de abertura de conta da BK Bank, alvo de operação do MP no dia 28 de agosto, constava no cadastro dos postos de gasolina. O dado foi conseguido após quebra de sigilo e com ajuda do banco onde os postos estavam cadastrados.

A fintech usada para lavar o dinheiro é a mesma que foi usada pelos suspeitos presos na megaoperação Carbono Oculto. Assim, a operação de hoje é um desdobramento da deflagrada em 28 de agosto. As investigações apontam sonegações de até R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais. “O elo [entre as operações] é exatamente a fintech. Naquela operação [Carbono Oculto], eram mais de 1.200 postos de gasolina. Desta vez, quase 100 estabelecimentos de rede grande de franquias no Brasil que também eram utilizadas nesse esquema”, disse o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, em entrevista coletiva hoje.

Além de lavar dinheiro nos jogos de azar, hoteleira foram identificados pelo MP-SP como envolvidos no esquema.

O UOL busca a defesa Flávio. Hoje, ao UOL, a BK Bank declarou que colabora com as investigações e informou que “não houve cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços da empresa.” Confira a nota completa da empresa na íntegra abaixo.

Os mandados cumpridos hoje já tinham sido negados pela Justiça anteriormente. A princípio, a Comarca de Santos entendeu que o vínculo de Flávio com os jogos de azar era frágil. O Ministério Público recorreu, porém, informando que o foco da investigação era a lavagem de dinheiro constatada na ocasião e o pedido foi acatado.

Fonte https://noticias.uol.com.br/

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