MS tem três fundos de pensão sob risco de calote do Master

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Além do Instituto de Prefeivêndia de Campo Grande (IMPCG), as prefeituras de Angélica e São Gabriel do Oeste também fizeram aplicações no Master

Com reprovação do  Banco Central (BC) da operação da compra de parte do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), aumentou o risco de o Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG) e outros dois fundos de pensão de Mato Grosso do Sul levarem calote do Master, já que estes investimentos não estão cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). 

Reportagem publicada em abril do ano passado pelo Correio do Estado revelou que o IMPCG, à época comandado pela atual vice-prefeita de Campo Grande, Camila Nascimento, investiu cerca de R$ 3,7 milhões no Master, apesar de sindicalistas terem sido contrários. 

Presidentes dos sindicatos dos professores e dos odontólogos argumentaram que as aplicações financeiras no Master eram arriscadas, já que o banco era novo e não havia garantia de que teria condições de devolver o dinheiro caso entrasse em crise. 

Mas, o comando do IMPCG alegou que a decisão sobre aplicações financeiras não cabiam ao conselho deliberativo e aplicou o dinheiro dos servidores públicos municipais no Master, que agora está sob risco de falência.

Depois de fazer as aplicações, a prefeitura de Campo Grande habilitou o Master a conceder empréstimos consignados aos servidores por meio de cartão de crédito. A taxa mensal de juros é da ordem de 4,5%. Nos bancos tradicionais, a taxa máxima dos consignados é de 1,7%.  

E, de acordo com reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal paulista Estadão, os fundos de pensão de Angélica e São Gabriel do Oeste também investiram dinheiro no Master. Angélica aplicou R$ 2 milhões e São Gabriel, R$ 3 milhões. De acordo com esta reportagem, o IMPCG aplicou somente R$ 1 milhão. 

DEFICITÁRIO
No ano passado, Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG) teve receita de R$ 515,3 milhões. Porém, os salários dos aposentados e pensionistas custaram R$ 640,8 milhões. E, para garantir o pagamento dos salários em dia, o Executivo municipal está sendo obrigado a desembolsar quase R$ 10,5 milhões mensalmente. 

Mas, apesar deste déficit anual de R$ 125,5 milhões, o IMPCG é obrigado por legislação federal a destinar parte de seu faturamento a um fundo de reserva, que hoje está na casa dos R$ 46 milhões. Quase 90% do valor está em bancos como Caixa, Bando do Brasil, Itaú e Bradesco. 

No ano passado, porém, por decisão da atual vice-prefeita, que presidia o IMPCG, foi feita a aplicação no Master. O dinheiro somente pode ser sacado depois de cinco anos. 

E, caso a falência do Master se confirme, este seria o segundo calote sofrido pelo IMPCG. Em 2013, com a falência do Banco Rural, o Instituto perdeu em torno de R$ 50 milhões. 

GARANTIA
Conforme a reportagem do Estadão, pessoas próximas à operação entre o Master e o BRB, o Banco de Brasília carregaria no negócio R$ 2,96 bilhões de letras financeiras do Master. Isso significa que, caso o BC tivesse aprovado o negócio, esses papéis seriam pagos pelo BRB. 

Com a negativa, se o Master tiver problemas de solvência, os investidores que compraram esses títulos correm o risco de não resgatar o valor investido – ou seja, podem levar calote. Procurado pelo Estadão, o Master não se manifestou.

O Banco Central, por sua vez, ao analisar a operação como um todo, entendeu que havia riscos de o BRB ser contaminado por “ativos podres” do Master (com valor de mercado menor do que o constante em balanço), o que geraria outro problema para o banco estatal. A visão do BC, portanto, foi mais ampla, e levou em consideração outros efeitos colaterais para negar a operação.

O Estadão identificou 12 fundos de pensão e um banco público, o Banco da Amazônia, que carregam letras financeiras do Master, chegando a R$ 1,81 bilhão, pelo valor da emissão. Há ainda mais R$ 1,14 bilhão de outros compradores.

Fonte https://correiodoestado.com.br/

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