Idosos perdem até 50% de suas economias antes do diagnóstico de demência

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Para mitigar o problema, vêm surgindo iniciativas para educar as instituições financeiras a lidar com o desafio.

Na coluna de terça-feira, escrevi sobre um levantamento realizado pelo Fundo Monetário Internacional, que analisou dados de um milhão de indivíduos acima dos 50 anos, em 41 países. A pesquisa mostrou que nossos cérebros estão mais afiados que os de gerações anteriores. No entanto, é preciso estar atento a mudanças sutis que indiquem o início de um processo de declínio cognitivo. É difícil que a análise parta da própria pessoa. Afinal, temos a tendência de evitar sentimentos negativos, com pensamentos do tipo: “isso não vai acontecer comigo”. Também costumamos alimentar uma falsa ilusão de superioridade, como se conseguíssemos enfrentar qualquer adversidade

Episódios recorrentes de pagamentos atrasados e queda na pontuação de crédito podem anteceder o diagnóstico de demência em até seis anos — Foto: Aging without limits: In-Press Photography

A questão é que a capacidade de lidar com as finanças pessoais se deteriora num quadro de declínio cognitivo. Estudo feito em 2020 com beneficiários do Medicare (o programa de seguro de saúde norte-americano) e refeito em 2023 – que confirmou os dados anteriores – identificou que episódios recorrentes de pagamentos atrasados e queda na pontuação de crédito podiam anteceder o diagnóstico de demência em até seis anos. Os idosos perdiam, em média, 50% das suas economias no período anterior ao diagnóstico.

A dificuldade de usar serviços bancários, como caixas eletrônicos e aplicativos, acaba facilitando o abuso financeiro e a ocorrência de fraudes. Para mitigar o problema, vêm surgindo iniciativas para educar as empresas financeiras. A AARP, que representa perto de 40 milhões de aposentados norte-americanos, criou o BankSafe Dementia Hub, uma plataforma para ensinar bancos a reconhecer clientes com declínio cognitivo e criar protocolos para servi-los com empatia e segurança.

De acordo com a AARP, 84% dos profissionais que trabalham com finanças afirmaram ter pelo menos um cliente com sinais de demência; e 96% reconheceram não estar preparados para conduzir a situação. Aqui estão cinco sinais que devem chamar a atenção:

  1. Dificuldade em manusear dinheiro vivo, como contar notas ou dar troco.
  2. Demora excessiva no preenchimento de formulários.
  3. Repetição da mesma pergunta inúmeras vezes.
  4. Atraso frequente em pagamentos.
  5. Contribuições e transferências incompatíveis com o perfil da pessoa.

Fonte https://g1.globo.com/

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