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Aposentadoria com diversão: idosas de Rondônia quebram paradigmas e se reúnem para curtir viagens e festas

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Grupo formado há mais de 10 anos, se autodenomina como Jades, as Jade Idade. As aposentadas se reúnem para se divertir pela cidade de Porto Velho e até em outros estados.

Quando a aposentadoria chega, muitos optam por descansar e aproveitar a tranquilidade em casa, mas para um grupo de servidoras públicas federais aposentadas de Rondônia, a escolha foi diferente. As idosas decidiram viver a aposentadoria com viagens, festas e eventos culturais.

O grupo formado há mais de 10 anos, se autodenomina como Jades, as Jade Idade. Elas quebram paradigmas e mostram que a diversão não tem idade. As aposentadas se reúnem para se divertir pela cidade de Porto Velho e até em outros estados.

Ao g1, a coordenadora do grupo e professora aposentada, Eliete de Almeida Azevedo, explicou que antes da criação das jades, as aposentadas já se reuniam. As brincadeiras geralmente eram feitas nas casas das participantes, mas, depois de um tempo as residências se tornaram pequenas.

“A gente levava as nossas fantasias diferenciadas, então surgiu esse grupo. Nós fazemos viagens, passeio, todo mundo aqui se une em torno da alegria, porque não temos mais idade para tanta preocupação” pontua Eliete.

O grupo é composto por 10 mulheres, a maioria pensionistas. Segundo Eliete, ela trabalha há mais de 30 anos no serviço público, desde quando Rondônia era território, e agora, depois de todo esse tempo, merece viver a aposentadoria.

Vivendo e dando exemplo

Eliete conta que todas as integrantes são avós e até bisavós, e toda a família apoia as aventuras das idosas. Segundo ela, onde as Jades passam, são conhecidas pela alegria que transmitem. Além disso, ela espera que todas sirvam como exemplos de vitalidade para os colegas aposentados.

“Depois da velhice a vida não acabou, apenas começou. A gente pula carnaval, a gente dança quadrilha e tira da cabeça, de que o idoso está relegado a uma cadeira de balanço. Esse não é o nosso caso”, diz a aposentada.

Mas as Jade Idades não buscam incentivar somente os aposentados, mas também os jovens. Para Eunice Lobo, a mais velha do grupo, com 85 anos, as pessoas da nova geração “não querem viver a vida e ficam presas cada vez mais em seus quartos”.

“Vejo muitos jovens acomodados que não querem sair, não querem se divertir. Eu penso que a gente tem que ter bastante alegria, sorrir, se comunicar com várias pessoas”, aconselha a aposentada.

Eliete diz que sempre quando vão sair, elas combinam de usar abadá e, às vezes, fantasias. Segundo ela, muitas vezes os jovens se espelham nas Jades, e serem usadas como exempo é um de seus objetivos.

Família de amigas

Sônia Regina é a única que ainda que não é aposentada; ela trabalha como técnica de enfermagem e passou a fazer parte do grupo a convite da avó, Eliete. Ela conta que não saía muito de casa, mas depois de sua avó insistir, começou a acompanhar e gostou.

Ao g1, a neta disse que admira muito a avó e agora as suas amigas também. Ela destaca que, sempre quando tem uma folga dos plantões, veste o “look” e vai acompanhar as Jades nas matinês.

Magna Selma, de 73 anos, foi a que se aposentou recentemente, há dois meses. Ela informou que se divertir e aproveitar a vida é o seu principal objetivo agora como aposentada. Para Selma, o grupo dá certo por conta da harmonia que há entre elas nas festas e nas viagens.

Francisca Aguiar, também chamada por Aguiar, concordou e disse que todas formam uma grande família que se ajuda sempre e, quando é necessário “puxar a orelha”, elas conversam e se resolvem.

“A nossa relação é de irmã, somos uma grande família que uma respeita a outra”, complementa Aguiar.

Espírito de união e legado

Todo ano, as Jades comemoram o aniversário de todas e fazem a confraternização de final de ano. Além disso, por onde passam, elas são homenageadas e convidadas para fazer apresentações de Carimbó. Segundo Eliete, essa união é essencial e transmite aos idosos a vontade de viver em harmonia.

As aposentadas informaram que é sempre uma felicidade encontrar ex-alunos que hoje são pessoas bem-sucedidas em suas profissões, pois de alguma forma sentem que contribuíram para que elas chegassem ao sucesso.

“Porque o idoso é um jovem que deu certo. Então, eu vejo que cada uma de nós que tem sua família, os filhos têm respeito, os netos também têm esse respeito”, finaliza Eliete.

Fonte G1

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