“O Brasil pode estar prestes a ser arrastado para uma nova guerra que não é sua.”
Introdução
O mundo está diante de uma inflexão histórica. O eixo de poder econômico e militar está se deslocando. O Brasil, por sua posição geográfica e dependência externa, pode ser tragado por uma nova Guerra Fria — ou, pior, por um conflito quente entre superpotências.
China: A potência econômica que virou potência estratégica
Com um crescimento econômico consistente, avanços tecnológicos e influência crescente sobre países da Ásia, África e América Latina, a China caminha rapidamente para assumir a liderança do comércio mundial. Não se trata apenas de exportar produtos baratos: trata-se de estabelecer rotas, acordos e sistemas de pagamento próprios, como o CIPS (alternativa chinesa ao SWIFT), e consolidar a Nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative).
A Rússia: força bélica e articulação estratégica
A aliança com a Rússia, especialmente no campo militar e energético, potencializa a ameaça percebida pelos Estados Unidos. A guerra na Ucrânia, longe de isolar Moscou, fortaleceu o eixo sino-russo e empurrou ambos para alianças com países não alinhados ao Ocidente. Os exercícios militares conjuntos no Pacífico e no Ártico já não são apenas simbólicos — são ensaios.
EUA sob Trump: hegemonia ameaçada e reação imprevisível
Se Donald Trump retornar ao poder em 2025, sua postura nacionalista e anti China pode desencadear sanções severas, rupturas comerciais e até conflitos indiretos. Ele já sinalizou que a China é o maior rival estratégico dos EUA, e pode tentar reverter esse avanço à força.
E o Brasil no meio disso tudo?
O Brasil é economicamente dependente da China (principal destino de nossas exportações) e politicamente pressionado pelos EUA. Num cenário de conflito ou sanções mútuas entre essas potências, o país pode ser forçado a escolher um lado, o que traria:
- Prejuízos econômicos (restrição de exportações, sobretaxas, bloqueios)
- Instabilidade interna (comida e combustível mais caros, inflação, desinformação)
- Risco geopolítico (pressão militar e estratégica sobre a Amazônia e o Atlântico Sul)
Reflexão final: o que fazer?
O Brasil precisa recuperar sua autonomia diplomática, como na tradição do Itamaraty, e evitar cair em armadilhas ideológicas — seja de um lado, seja de outro.
A neutralidade ativa, o reforço da soberania energética, alimentar e tecnológica, e uma política externa altiva, porém prudente, são essenciais.