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FALA SERIO 41 – VERDADE QUE DOI 3

13 pontos para embasar qualquer Análise de Conjuntura.

O complexo financeiro-empresarial quer leis totalmente favoráveis à Maximização dos lucros

Publicado: 05 Outubro, 2017 – ! Última modificação: 06 Outubro, 2017 Escrito por Maurício Abdalla, no Le monde Diplomatique

1- O foco do poder não está na politica, mas na economia, Quem comanda a sociedade é o complexo financeiro-empresarial com dimensões globais e conformações especificas locais.

2- Os donos do poder não são os políticos. Estes são apenas instrumentos dos verdadeiros donos do poder.

3- O verdadeiro exercício do poder é invisível. O que vemos, na verdade, é a construção planejada de uma narrativa fantasiosa com aparência de realidade para criar a sensação de participação consciente e cidadã dos que se informam pelos meios de comunicação tradicionais.

4- Os grandes meios de comunicação não se constituem mais órgãos de “imprensa”, ou seja , instituições autônomas, cujo objeto é a notícia, e que podem ser independentes ou, eventualmente compradas ou cooptadas por interesses. Eles são, atualmente, grandes conglomerados econômicos que também compõem o complexo financeiro-empresarial que comanda o poder invisível. Portanto, participam do exercício invisível do poder utilizando seus recursos de formação de consciência e opinião.

5- Os donos do poder não apoiam partidos ou políticos específicos. Sua tática é apoiar quem lhes convém e destruir que lhe estorva. Isso muda de acordo com a conjuntura. O exercício real do poder não tem partido e sua única ideologia é a supremacia do mercado e do lucro.

6- O complexo financeiro- empresarial global pode apostar ora em Lula, ora em um politico do PSDB, ora em Temer, ora em um aventureiro qualquer da política. E pode destruir qualquer desses de acordo com suas conveniências.

7- Por isso, o exercício do poder no campo subjetivo, responsabilidade da mídia corporativa, em um momento demoniza Lula, em outro Dilma, e logo depois Cunha, Temer, Aécio, etc. Tudo faz parte de um grande jogo estratégico com cuidadosas análises das condições objetivas e subjetivas da conjuntura.

8- O complexo financeiro-empresarial não tem opção partidária não veste nenhuma camisa política, nem defende pessoas. Sua intenção é tomar as leis e a administração do país totalmente favoráveis para suas metas de maximização dos lucros.

9- Assim, os donos do poder não querem um governo ou outro à toa: eles querem, na conjuntura atual, a reforma na previdência, o fim das leis trabalhistas, a manutenção do congelamento do orçamento primário, os cortes de gastos sociais par serviço da divida, as privatizações e o alívio dos tributos para os mais ricos.

10-Se a conjuntura indicar Temer não o melhor para isso, não hesitarão em rifá-lo. A única coisa que não querem é que o povo brasileiro decida sobreo destino do país.

11-Portanto, cada notícia é um lance no jogo. Cada escândalo é um movimento tático. Analisar a conjuntura não é ler notícia. É especular sobre a estratégia que justifica cada movimento tático do complexo financeiro-empresarial (do qual a mídia faz parte), para poder reagir também de maneira estratégica.

12- A queda de Temer pode ser uma coisa boa. Mas é um movimento tático em uma estratégica mais ampla de quem comanda o poder. O que realmente importa é o que virá depois.

13- Lembremo-nos: eles são mais espertos. Por isto estão no poder.

Mauricio Abdalla é professor de filosofia na Universidade Federal do Espirito Santo.

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