Liquidez Corrente da Petrobras e investimentos
Para destravar os investimentos da Petrobras é preciso mudar a filosofia de administração da estatal
Como esta coluna tem mostrado, a Liquidez Corrente da Petrobras abaixo de 1 não chega a ser um problema financeiro, mas é uma sinalização da falta de interesse no futuro da estatal. Isso também está por trás da discussão sobre os investimentos da estatal.
Cláudio da Costa Oliveira, economista da estatal aposentado, comenta que, para destravar os investimentos da Petrobras, é preciso mudar a filosofia de administração dela. “Só isso. Porque recursos para investimento ela tem muitos, e esses recursos hoje, por exemplo, estão sendo gerados através de um preço de venda no mercado interno mais alto que o internacional e de cobrança de imposto mais baixo do que as outras empresas internacionais pagam, e isso gera muito caixa.”
“É dessa geração de caixa que deveriam vir os investimentos, mas em vez de fazer investimentos, a administração da empresa destina os recursos para pagar dividendo. Isso é opção deles, quer dizer, se muda a filosofia da empresa e ela passar a atuar com a função para a qual a empresa foi criada, que é como estatal, em vez de destinar para dividendos, ela vai destinar para investimentos.”
“Acredito que a Petrobras está na Bolsa de Valores desde 1957. Já estava na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Quem compra ações da Petrobras sempre soube que empresa é estatal e atua como empresa estatal. Não tem de querer exigir que ela atue como uma empresa privada, porque ela não é. Ela tem a sua função de estatal e ela tem que atender”, defende Cláudio da Costa.
“A Petrobras investindo está contribuindo para o desenvolvimento do Brasil. Ela praticando um preço mais baixo, ela contribui para a economia brasileira, para o povo brasileiro e para o crescimento do Brasil. Ela pagando impostos aqui no Brasil, como participação especial onerosa – de que ela está isenta – estará contribuindo com o crescimento do Brasil e não para o crescimento de interesse de especulador de Bolsa de Valores”, protesta o economista.
“Especulador de Bolsa de Valores tem que entender que ela é uma estatal, e se eles quiserem sair da empresa, eles vendem as ações e saem, e a Petrobras continua, brasileira e defendendo os interesses do Brasil. Fora isso, não existe motivo nenhum pra existir uma empresa estatal.”
“Hoje a Petrobras produz 1 litro de diesel, por exemplo, a um custo em torno de R$ 1,10 e vende esse mesmo litro de diesel nas suas refinarias com um preço, sem imposto nenhum, de R$ 3,48 na média, ou seja, uma margem de mais de 200%, que empresa nenhum industrial tem para um mercado cativo que ela tem. Tudo isso é feito para gerar muito caixa para pagar dividendo, e a economia brasileira e o povo brasileiro que pagam a conta”, finaliza Cláudio da Costa Oliveira.
A ‘desvalorização pra cima’ da Petrobras
Edmar Bacha, que sempre teve a veia política superando a econômica, perguntou a um colunista se Lula estaria desvalorizando as ações da Petrobras para reestatizá-la baratinha.
Primeira observação: a companhia segue sendo estatal, apesar de alguns acionistas tentarem driblar esse fato.
Segunda: se Lula tenta desvalorizar a Petrobras, está sendo bem incompetente; desde a posse, em 1º de janeiro de 2023, as ações da companhia subiram 95%.
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Fonte Monitor Mercantil – Marcos de Oliveira