01 - PANORAMA ATUAL

O Brasil é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, mas, paradoxalmente, temos combustíveis entre os mais caros do planeta.
A Petrobras, que nasceu estatal para servir ao país, hoje opera como empresa voltada prioritariamente aos interesses de acionistas.
A distribuição e a revenda de combustíveis funcionam sob forte influência de cartéis, onde não faltam denúncias de adulteração de produtos.
Enquanto isso, ANP e Ministério Público não dispõem de estrutura suficiente para fiscalizar e coibir abusos.
E para agravar o quadro, sobre cada litro de combustível incide uma carga de impostos que pesa no bolso de toda a população.

O resultado é um sistema perverso, que privilegia poucos e penaliza milhões de brasileiros.
Aqui, no Soberano Brasil, buscamos analisar, denunciar e propor caminhos para que a energia do país volte a servir à maioria — e não a uma minoria privilegiada.

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02 - PETROBRAS TRABALHA PARA AUTO SE DESTRUIR COMO ESTATAL

De quem é, afinal, a Petrobrás: do povo ou dos acionistas?

Abertura

A Petrobras nasceu em 1953 como refinadora, porque o Brasil não tinha petróleo.
Depois veio a Bacia de Campos, depois o Pré-sal… e nos tornamos grandes produtores.

Mas o que deveria ser um patrimônio nacional está sendo corroído por dentro.
A Petrobras, estatal criada para servir ao Brasil, trabalha hoje para se autodestruir como estatal.

O que diz a Constituição

A Constituição deixa claro: a Petrobras é empresa estatal estratégica.
O petróleo é do povo brasileiro.
Logo, o retorno deveria ser para a sociedade.

Mas não é isso que acontece.

O que acontece na prática

A Petrobras virou máquina de dividendos.
Lucros bilionários, distribuídos em sua maior parte a acionistas privados, muitos estrangeiros.
Enquanto isso, os brasileiros pagam gasolina e diesel entre os mais caros do mundo.

O discurso oficial

Em artigo da Exame de 19/09/2025, presidente da Petrobrás “Petrobrás baixa o preço, mas a margem fica no caminho”. Pondo a culpa dos altos preços brasileiros na distribuição e revenda;

Mas será mesmo?
Ou isso é apenas uma cortina de fumaça?

O problema real

Distribuição e revenda têm de ser acompanhados de perto pelos órgãos responsáveis como Ministério Público e ANP, pois são constantes as ocorrências de carteis e falsificação de produtos. Mas estes não são os principais males.

O verdadeiro problema está no preço de saída das refinarias.

A Petrobrás publica semanalmente a composição dos preços no Brasil, como vemos a seguir:

Como são formados os Preços

Diesel

Como você pode ver, a Petrobras⁵ é responsável por uma parte do valor do seu combustível, mas outros fatores entram no cálculo do valor⁶ que chega até você.

Preço Médio > BR 6,06

R$0,97

Distribuição e Revenda

(16,0%)

R$0,85

Biodiesel

(14,0%)

R$1,12

Imposto Estadual

(18,5%)

R$0,32

Impostos Federais

(5,3%)

R$2,80

Parcela Petrobras

(46,2%)

O que deveria ser

A Petrobras não é uma empresa qualquer.
É um instrumento de desenvolvimento nacional.
Seus lucros deveriam significar:

combustível mais barato,
mais saúde,
mais educação,
mais energia para todos.

Mas o que temos visto é a riqueza nacional capturada pelo mercado financeiro.

Onde fica nossa soberania?

Em 2016 foi implantado na Petrobrás na estatal brasileira, o Preço de Paridade de Importação – PPI, fazendo que os preços de venda nas refinarias seriam

equivalentes ao produto importado. Um verdadeiro absurdo.

Em 2018, durante a campanha eleitoral, o então candidato Jair Bolsonaro, afirmou que acabaria com o PPI imediatamente, se eleito fosse. Passou 4 anos no poder e nada fez.

O atual ministro das Minas e Energia, a qual a Petrobrás é subordinada, Alexandre Silveira, disse na imprensa (vejam no google) que o PPI é um crime contra a economia e o povo brasileiro. Nada fez.

O atual presidente Lula, durante a campanha em 2022, prometeu “abrasileirar” os preços dos combustíveis. Até agora nada.

ONDE ESTÁ NOSSA SOBERANIA?

Conclusão

O petróleo é nosso.
A Petrobras é estatal.
Mas age como se trabalhasse contra si mesma, abrindo mão de seu papel social e estratégico, em nome de acionistas privados.

A pergunta é direta:
Até quando a Petrobras vai trabalhar para se autodestruir como estatal?

03 - DIVIDENDOS

Apesar de ser uma estatal criada para servir ao povo brasileiro, a Petrobrás tem funcionado, nos últimos anos, como uma máquina de transferência de riqueza para acionistas privados — em grande parte estrangeiros.

A política de dividendos da empresa, combinada com sua enorme capacidade de geração de caixa — sustentada por benefícios fiscais e regulatórios, e não por avanços técnicos — fez da Petrobrás a companhia de petróleo que mais distribui dividendos no mundo, superando gigantes como Shell, Exxon, BP e Total.

Os números falam por si:

US$ 37,7 bilhões em dividendos em 2022,
US$ 19,7 bilhões em 2023,
US$ 18,3 bilhões em 2024.

No total, mais de US$ 75 bilhões saíram dos cofres da Petrobrás em apenas três anos. Como a iniciativa privada detém hoje 63,3% do capital da empresa, isso significa que mais de US$ 47 bilhões foram parar nos bolsos de investidores privados — quando poderiam ter sido usados para reduzir o preço dos combustíveis e aliviar o custo de vida da população brasileira.

Essa distorção explica, em parte, por que o Brasil, mesmo produtor de petróleo, continua tendo combustíveis entre os mais caros do mundo.

04 - PREÇOS ATUAIS

PREÇOS PARA O CONSUMIDOR

Nesta página você verá os preços dos combustíveis, gasolina, diesel e gas de cozinha (botija) atualizados, media nacional e media por Estado, com dados da Petrobrás/ANP