FALA SERIO 103 – PPI: UMA GRANDE FARSA.

Como uma política criada para “alinhar preços ao mercado internacional” se transformou num instrumento de manipulação e dependência.
Desde 2016, a Petrobras passou a adotar o chamado PPI – Preço de Paridade de Importação como referência para os combustíveis vendidos no Brasil.
Mas há um detalhe que quase ninguém conta: o PPI é um preço teórico, não real.
Nem mesmo os importadores pagam o preço usado pela ANP e pela ABICOM como “referência”.
Escrito por Cláudio da Costa Oliveira – outubro de 2025

O NASCIMENTO DA FARSA
O PPI foi introduzido na Petrobras em setembro de 2016, pelo então presidente Pedro Parente.
Naquele momento, definiu-se que as correções nos preços seriam mensais, acompanhando as variações internacionais.
Sem qualquer justificativa técnica ou econômica, parente alterou essa regra em julho de 2017, autorizando reajustes diários.
Foi o ponto de virada.
Coincidência ou não, em julho de 2017 também foi criada a ABICOM – Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis.
De “brasileira” só tem o nome: quem indica seu presidente é uma empresa britânica, a Green Energy, sócia da Shell em refinarias na Europa.
A partir daí, consolidou-se uma aliança de interesses internacionais dentro e fora do Brasil, empenhada em manter os combustíveis vendidos pela Petrobras atrelados ao dólar e ao mercado externo — como se o país não fosse autossuficiente em petróleo e não tivesse refinarias próprias.

O GOLPE DIARIO NOS CAMINHONEIROS
A mudança de periodicidade dos reajustes — de mensal para diária — teve efeito devastador.
Os caminhoneiros, que trabalham com fretes contratados antecipadamente, passaram a ser surpreendidos no meio da estrada:
abasteciam com preço novo, mas o valor do frete havia sido combinado com o preço anterior.
O problema não foi apenas o percentual acumulado de aumentos (cerca de 50%), mas a falta total de previsibilidade.
A insegurança no custo do diesel tornou inviável o planejamento e levou à greve dos caminhoneiros de 2018, um marco da insatisfação popular contra a política de preços da Petrobras.

O PAPEL DA ANP E DA ABICOM
A ANP (Agencia Nacional do Petróleo), em seus relatórios, calcula o PPI com base nos preços do Golfo do México (EUA), referência dos contratos futuros. De fato, o Golfo do Mexico é a origem do combustível importado pela Petrobrás
Mas o Brasil não compra combustível majoritariamente dos EUA.
Desde 2022, grande parte das importações vem de Rússia, Índia e Oriente Médio, onde os preços são 20% a 30% menores.
Mesmo assim, a ABICOM insiste em usar a metodologia da ANP, apresentando o PPI “teórico” como se fosse o custo real de importação.
Seus filiados, no entanto, compram de países mais baratos — e ainda assim alegam que a Petrobras, muitas vezes, “vende abaixo da paridade”.
Quando acusada no CADE pela ABICOM (início de 2018), a estatal respondeu com ironia e uma lógica irrefutável:
“Se vendemos abaixo da paridade, como vocês continuam importando e lucrando?”

QUEM GANHA COM O PPI
O PPI serve a três grupos:

  1. Importadores privados, que querem ampliar sua fatia no mercado brasileiro;
  2. Acionistas estrangeiros da Petrobras, que se beneficiam de dividendos recordes;
  3. Setores políticos e da mídia, que usam o discurso do “mercado livre” para justificar preços altos e privatizações.
    Quem perde é o povo brasileiro — que paga combustível a preço de importação, mesmo vivendo num país que produz e exporta petróleo. A VERDADE QUE PRECISA SER DITA
    O PPI é uma farsa técnica e política.
    Não há “livre mercado” quando o preço é atrelado a uma referência que ninguém realmente paga.

O Brasil precisa de uma política de preços nacional, baseada em custos reais de produção e importação, e não em simulações importadas do Golfo do México.
“Quem vende ilusão de paridade, vende dependência e entrega soberania.”

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