Flexibilidade para poucos, insegurança para muitos.
A chamada “pejotização” vem sendo apresentada como solução moderna no mercado de trabalho. Jovens profissionais, encantados pela ideia de receber mais “no bolso” e ter maior autonomia, acabam aceitando contratos como pessoa jurídica.
Mas essa ilusão cobra um preço alto. A cada contrato assinado sem vínculo CLT, o trabalhador abre mão de férias, 13º, FGTS, licença médica e seguro-desemprego. Mais grave ainda: compromete sua aposentadoria futura, pois reduz a contribuição previdenciária e enfraquece a proteção social.
Na juventude, pode até parecer vantajoso. Com o passar dos anos, porém, as necessidades de saúde aumentam — e é justamente nesse momento que o “pejotizado” descobre que está sozinho. Sem plano coletivo, sem rede de apoio e sem garantias mínimas, sobra apenas a incerteza.
E não é só um problema individual.
A pejotização enfraquece sindicatos, esvazia a luta coletiva, diminui a arrecadação da Previdência e aumenta a desigualdade. O resultado é um país em que milhões de trabalhadores envelhecerão sem renda suficiente e sem condições de custear a própria saúde.
Chamam isso de liberdade. Na prática, é precarização. Uma escolha que muitos não fazem, mas aceitam por pressão das empresas.
O Brasil precisa decidir se quer um futuro de ilusões ou um modelo de trabalho que una flexibilidade com segurança. A verdadeira modernidade não está em fragilizar direitos, mas em garantir dignidade ao longo de toda a vida.
24/09/2025
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