A Petrobrás divulgou ontem (26/02/2025) seu resultado financeiro consolidado, referente ao exercício de 2024 .
Lucro liquido de US$ 19,37 bilhões . Muito bom.
Entretanto o mais relevante é a elevada Geração Operacional de Caixa de USS 37,98 bilhões , representando cerca de 32 % de sua receita bruta.
Ou seja, a Petrobrás consegue realizar um verdadeiro “milagre”, transformando em caixa 32% de sua receita
Empresas congêneres, como Shell, Exxon, BP, Total, não conseguem obter a metade deste resultado. Qual seria a causa?
Será que a Petrobrás dispõe de tecnologia superior às demais petroleiras? CERTAMENTE NÃO.
Então será que a mão de obra brasileira é mais produtiva? TAMBÉM NÃO
Sendo assim vamos colocar nossa opinião/avaliação, sobre o assunto
1) A Petrobrás cobra, do povo brasileiro, em suas refinarias, um preço sempre acima do Preço de Paridade de Importação (PPI). Outras petroleiras não podem fazer isto pois são cobradas muito de perto, inclusive pela mídia. O site Soberano Brasil acompanha diariamente esta evolução, como vemos no gráfico a seguir.
Praticar preços acima do PPI só beneficia os importadores (Abicom) e as refinarias no exterior, prejudicando os brasileiros e sua economia que fica menos competitiva.
Em sua campanha em 2018, o ex presidente Bolsonaro prometeu acabar com o PPI. NADA FEZ.
Em 2022 o atual presidente Lula, prometeu “abrasileirar” os preços dos combustíveis. TAMBÉM NADA FEZ.
O atual ministro das Minas e Energia Alexandre da Silveira, disse em entrevista, que o PPI é “um crime contra o povo brasileiro”. Ele tem toda razão, mas nunca fez nada para mudar a situação.
Se olharmos no gráfico vamos ver que ontem (26/02), a gasolina estava 10,50% acima do PPI e o Diesel 25,20% acima.
Em qualquer país do mundo isto já seria motivo para muita agitação. Não Brasil ninguém sequer percebe.
São R$ bilhões a mais arrecadados pela Petrobrás, cuja mensuração é inclusive complicada, pelas variações diárias.
2) A Petrobrás não paga Participação Especial na Cessão Onerosa, onde estão concentrados os campos de maior produtividade no Brasil.
Avaliamos que somente o campo de Buzios, em 2022, deixou de arrecadar para o Estado do Rio de Janeiro, cerca de R$ 22 bilhões em Participação Especial.
A lei que instituiu esta isenção deveria ser revogada imediatamente. MAS NINGUEM SE IMPORTA.
3) Em 2024 foram exportados do Brasil 1,8 milhões de barris/dia de petróleo bruto, sem pagamento de qualquer imposto.
Empresas como Shell, Equinor e Petrogal, estão se locupletando por aqui.
Alem de não pagarem nada na exploração e produção devido ao Repetro (MP do trilhão). Nada pagam na exportação do petróleo bruto.
Se considerarmos uma aliquota de 20%, a Petrobrás que exportou cerca de 600 mil barris dia de petróleo bruto, deixou de arrecadar mais de R$ 9 bilhões em 2024.
Percebemos agora que Federações, Sindicatos e Associações, que deveriam defender a categoria, passaram a defender a empresa (Petrobras), recebendo em troca cargos de alto nível no governo e na companhia.
Com o objetivo de convencer petroleiros a aprovar modificações prejudiciais aos aposentados do PPSP (conversão de BD em CD), lançaram uma caravana por eles chamada de “Caravana Nacional da Informnação” mas que os petroleiros insistem em chamar de “Trem da lavagem cerebral”, que vai percorrer todo o Brasil.
Por outro lado, estas mesmas instituições, Federações, Sindicatos e Associações, não cumprem com obrigações básicas, estabelecidas em seus estatutos, de informar sobre a situação financeira periodicamente, de forma transparente.
O grupo Cabeças Brancas – CB, em seu whatsapp, lançou uma enquete sobre o assunto. Vale à pena entrar no grupo e participar da enquete.
A absurda Geração de Caixa da Petrobrás, se fosse compatível com as petroleiras congêneres, seria pelo menos R$ 100 bilhões inferior.
A parcela não coberta da dívida da Petrobras com os aposentados está em torno de R$ 22 bilhões, que poderão ser cobertos a longo prazo.
Portanto fica difícil entender porque a empresa (Petrobrás) tenta fugir do cumprimento de sua obrigação com os aposentados.
PETROBRÁS, POR FAVOR, PELO MENOS PAGUE O QUE NOS DEVE
Soberano Brasil, fevereiro 2025